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Em resposta a Moro, Lula afirma que não está "fora do jogo"

2017-07-14 01:30:00
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o silêncio sobre sua condenação pouco menos de 24 horas depois que o despacho do juiz federal Sergio Moro veio a público. Em coletiva de imprensa, ele assumiu tom combativo e disse que “só o povo” tem direito de decretar seu “fim”. O petista afirmou ainda que a sentença que o condena a nove anos e meio de prisão serviu como fator de incentivo a concorrer às eleições de 2018.

[SAIBAMAIS]

Até a coletiva, Lula havia sido defendido por colegas de partido e apoiadores. Parte da classe política sequer comentou a condenação. Mas ele ainda não havia se manifestado sobre o assunto. A justificativa na demora em se pronunciar veio em tom jocoso. “Me desculpem por não dar coletiva ontem. Eu precisava ver o Corinthians derrotar o Palmeiras”, disse o ex-presidente, que é corintiano.


Lula afirmou que vai pedir ao partido para que lance seu nome oficialmente como pré-candidato. Nenhuma das lideranças demonstrou se opor à solicitação.


“Estão condenados a me condenar e, se não me prenderem, serão eles desmoralizados”, disse o ex-presidente, referindo-se ao que classifica como perseguição política. Segundo Lula, não houve provas que justificassem sua condenação e, mesmo antes do depoimento em Curitiba, parecia que a sentença já estava determinada.


“Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara porque quem tem direito de decretar meu fim é a população brasileira”, declarou.


Sem Lula, sem candidato

O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), defendeu ontem que o partido não apresente candidatura a presidente, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de participar das eleições em 2018. “Vamos dizer que não reconhecemos essa eleição presidencial, que esse jogo é uma fraude, uma farsa”, afirmou Lindbergh.

 

De acordo com o líder do PT no Senado, a sigla pode eleger uma bancada parlamentar forte reforçando o discurso do golpe e denunciando que o País não vive mais numa normalidade democrática.


“O impeachment foi uma irresponsabilidade. Essa historia do Lula é uma aposta dobrada no mesmo caminho. Vamos legitimar uma farsa?”, questionou.


Lindbergh notou que esse não é um consenso na agremiação, mas apenas uma discussão. Ex-chefe da Casa Civil no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner desconversou sobre a hipótese do boicote.


“Eu acho que tem que boicotar um eventual colégio eleitoral na hipótese do Temer sair. Quando se fala em fora Temer, prefiro falar eleições já.” (com Agência Estado)

 

Saiba mais


TRF-4


O desembargador Carlos Thompson Flores, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em Porto Alegre, disse ontem que o processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado a 9 anos e meio será julgado em segunda instância antes das eleições de 2018.


“Eu acredito que este recurso será julgado no máximo até agosto do ano que vem. Porque esta é a média de tempo que está levando os processos da operação Lava Jato”, afirmou o desembargador à reportagem.


Se o ex-presidente Lula não for julgado antes e acabar vencendo o pleito, o desembargador Carlos Thompson Flores explicou que o processo seria remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), pois estas ações penais contra o presidente são julgadas neste órgão. “Mas isso é somente uma hipótese”, diz.


No TRF-4, o processo será julgado por três desembargadores: João Pedro Gebran Neto, Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen “São eles que irão decidir se aprovam ou não a condenação de Lula.

 

Isabel Filgueiras

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