Eike produz anexos de sua proposta de delação
O empresário Eike Batista e seus advogados já produziram ao menos oito anexos da sua proposta de delação premiada que será entregue ao Ministério Público Federal no Rio, segundo apurou a reportagem com fontes que tiveram acesso às negociações. Conforme informações, Eike propõe relatar repasses ilícitos ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), e para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Em relação a Cabral, a colaboração cita propina pagas por ao menos duas empresas de Eike - a petroleira OGX e a OSX, braço de construção naval do grupo.
No caso de Mantega, ele se propõe a detalhar um suposto pedido do então ministro para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões que seria destinado ao PT. Eike já tratou do assunto em depoimento prestado no ano passado à força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Na ocasião, ele disse recebeu o pedido do então ministro em novembro de 2012 e que a quantia seria usada para quitar dívidas de campanha da legenda.
A defesa do fundador do grupo X está agora colhendo anexos de executivos e ex-executivos das empresas de Eike, que podem corroborar as suas declarações. Neste momento, há cinco executivos colaborando, segundo fontes.
O empresário alega que recorreu a eles em busca de detalhes porque ficava na holding do grupo, a EBX, e não estaria envolvido no dia a dia das companhias.
Procurado, o Ministério Público Federal informou que não se manifesta sobre tratativas de acordos de delação.
O advogado de Eike, Fernando Martins, disse que não iria comentar o caso. O empresário foi preso no início do ano pela Operação Eficiência, desdobramento da Calicute (operação que levou Cabral à prisão no ano passado).
Adriano Nogueira