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O PT deve aprovar hoje, no último dia do 6° Congresso Nacional, em Brasília, posição favorável às eleições diretas. A sigla também vai optar por não participar do colégio eleitoral em eleição indireta caso o presidente Michel Temer (PMDB) seja afastado ou renuncie.

A deliberação do partido, que vai referendar o desejo da maioria dos filiados, deve pressionar o governador Camilo Santana (PT), que já havia manifestado preferências em caso de escolha do novo presidente via Congresso Nacional.

Ao “Blog do Eliomar”, no dia 26 de maio, Camilo afirmou que, “se houver uma eleição indireta, entre os nomes que existem no Congresso, o Tasso hoje é um dos mais respeitados e para o Ceará será muito bom”.

A declaração do governador resultou na publicação de uma carta aberta assinada por dezenas de filiados da legenda criticando a postura do chefe do Executivo estadual. O conteúdo da carta pede para Camilo "se decidir" sobre o futuro político por divergir da agremiação em vários pontos.

O texto cita, além dos elogios feitos ao senador Tasso Jereissati (PSDB), o apoio ao ex-ministro e aliado Ciro Gomes (PDT) para a eleição de 2018 e a posição contrária à candidatura da deputada Luizianne Lins à Prefeitura de Fortaleza no ano passado, espécie de resposta à falta de apoio da petista a Camilo na disputa de 2014. Na Capital, o adversário do governador, Eunício Oliveira (PMDB), conseguiu votação mais expressiva.

Por meio da assessoria, Camilo Santana afirmou que não vai se manifestar sobre a publicação da carta dos filiados do PT. Ex-secretário da Cultura do Estado, o vereador Guilherme Sampaio chegou a sugerir que o governador deixe o partido caso entenda que as divergências internas ocorrem em
temas centrais.

"Se o governador Camilo fizer uma avaliação política da sua trajetória e quiser estabelecer uma relação com o PT de construção do projeto político, seria ótimo. Agora, se permanecer essa atitude, não há espaço para o nosso acolhimento, quer seja do governador ou de qualquer filiado", argumentou o vereador.

Presidente da sigla no Ceará, Francisco de Assis Diniz tenta amenizar a situação ao dizer que nem o governador nem os filiados que assinaram o documento falam pelo PT. Ele ressalta que as deliberações do congresso da legenda devem ser levadas para as instâncias estaduais para diálogo.

"Aprovada essa resolução (com diretas e ausência no colégio eleitoral), nós vamos então fazer um debate com o diretório estadual e construir posições. Estamos num momento de diálogo, não podemos impor ou criar constrangimentos, seja para dirigentes ou filiados."

 

SAIBA MAIS

 

Na abertura do 6º Congresso Nacional do PT, o ex-presidente Lula disse aos petistas que é preciso recuperar a autoestima do partido e preparar o caminho para a “esquerda voltar a governar o país”.

 

“2018 está longe para quem não tem esperança. Para nós está bem aí. Se a esquerda fizer um programa, um discurso, vamos voltar a governar este país”, disse.

O Congresso reuniu cerca de 600 delegados de todos os estados e do Distrito Federal para escolher a nova diretoria pelos próximos dois anos.

O evento, que iniciou na última quinta-feira, 1°, e termina hoje, deverá eleger o novo presidente nacional. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) é favorita.