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Marcelo Odebrecht vai depor sobre Peru e México

2017-05-15 01:30:00

Após as delações do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, Léo Pinheiro, sobre os esquemas de corrupção ligado às construtoras no Brasil, os empresários começam a ser questionados também sobre esquemas de corrupção na América Latina. Ministério Público Federal atenderá hoje a pedido de cooperação do Peru e colherá depoimentos dos executivos sobre o envolvimento de suas empresas no sistema político em Lima. Na quinta-feira, Marcelo voltará a ser ouvido, em um acordo de cooperação com o México.


A medida inaugura, na avaliação de procuradores estrangeiros, uma fase inédita de cooperação intensa entre Brasil e países vizinhos sobre o papel das construtoras brasileiras nos sistemas políticos da região.


A Odebrecht, que reconheceu o pagamento de subornos milionários a políticos e funcionários em troca de licitação de obras, desembolsou no Peru US$ 29 milhões em propinas entre 2005 e 2014. O caso coloca sob investigação os governos de Alejandro Toledo, que está foragido da Justiça, além de Alan García e Ollanta Humala. Ex-presidente da maior construtora do Brasil, Marcelo já revelou, em delação premiada à Lava Jato, que o Setor de Operações Estruturadas - departamento da propinas - do grupo pagou US$ 3 milhões para a campanha eleitoral que elegeu, em 2010, Humala presidente do Peru.


O líder do Partido Nacionalista Peruano contou com assessoria do marqueteiro do PT João Santana, preso e delator na Lava Jato. De acordo com a delação de Marcelo, o pagamento à campanha de Humala foi intermediado pelo ex-ministro Antônio Palocci, também preso preventivamente.


Em entrevista, o atual presidente do Peru, Pedro Paulo Kuczynski, admitiu que a economia nacional deve sofrer grande impacto em razão da paralisação de projetos da Odebrecht no país.


Segundo ele, as obras serão vendidas ou licitadas novamente. (AE)

Adriano Nogueira

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