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Nem a "bancada ética" escapa de investigação

2017-04-14 01:30:00

Integrantes da chamada "bancada ética", formada por parlamentares com discurso permanente de combate à corrupção, acabaram por integrar a lista do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. É o caso, por exemplo, dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Maria do Rosário (PT-RS) e do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES)


Forte opositor dos governos do PT, Onyx usava a tribuna da Câmara constantemente para criticar o partido, chamado por ele em algumas ocasiões de "organização criminosa". O deputado será investigado por falsidade ideológica eleitoral, e teria recebido R$ 175 mil para a campanha de 2006. Nas redes sociais, Onyx afirma que recebeu a citação com surpresa, indignação e revolta, e que tem "24 anos de vida pública limpa e ela vai continuar limpa".


Membro da tropa de choque da presidente cassada Dilma Rousseff, a deputada Maria do Rosário também defendeu a Lava Jato, na qual agora é uma das investigadas. Maria do Rosário vai responder por falsidade ideológica eleitoral, e teria recebido R$ 150 mil para a campanha de 2010. A deputada também se diz indignada pela citação na lista de Fachin e que vai tornar disponível os sigilos fiscal, bancário e telefônico ao STF.


Crítico da ex-presidente Dilma, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) integrava o PMDB quando deixou a base do governo petista, em 2016, para se aliar aos tucanos na oposição. Vai responder pelo mesmo crime que Rosário e Onyx Lorenzoni. Segundo as investigações, o tucano teria recebido R$ 400 mil para a campanha ao Senado em 2010. Em nota, disse estar "perplexo" com a citação, que não tem nem nunca teve qualquer relação com os executivos da Odebrecht.

 

Adriano Nogueira

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