PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Casal Lula queria passar fim de ano no triplex

2017-04-22 01:30:00
NULL
NULL
[FOTO1]

O casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia (que morreu em fevereiro deste ano) planejava passar as festas de fim de ano de 2014 no triplex 164-A do Edifício Solaris, que o empreiteiro José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, diz ter sido comprado e reformado pela OAS, como vantagens indevidas concedidas ao petista.


Léo narra que depois da primeira visita com Lula, foi feita uma segunda visita. Dessa vez Lula não foi, havia preocupação porque era ano de eleição. Léo foi com dona Marisa, ocasião em que ouviu um pedido.


“Então dona Marisa fez um pedido: ‘Nós gostaríamos de passar as festas de fim de ano aqui no apartamento. Teria condições de estar pronta?’”, relatou Léo Pinheiro ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato em audiência na última quinta-feira, 21.


Moro perguntou depois se deu tempo de terminar a obra e o empreiteiro disse que sim. “Pode ficar certo que antes disso...”, disse Léo Pinheiro, o empreiteiro do cartel, que fatiava obras na Petrobras pagando propinas a políticos e agentes públicos, mais próximo do ex-presidente.


A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.


As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do tríplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016.


O Edifício Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT.


Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados - eles protestam na Justiça que a empreiteira cobrou valores muito acima do previsto contratualmente. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop.


Servidor

Uma cópia do servidor com 2 milhões de páginas de documentos, e-mails e provas de transações bancárias das atividades suspeitas da Odebrecht já está em Brasília. Os dados guardados pela construtora na Suíça passam por “preparação” para que possam ser usados pelos procuradores da Lava Jato e pelo procurador-geral da República.

 

O conteúdo é tratado pelos procuradores da força-tarefa como uma espécie de “caixa-preta da República” de todos os pagamentos de propinas pela construtora pelo mundo.

 

Saiba mais


Nota da defesa de Lula


"Léo Pinheiro, no lugar de se defender em seu interrogatório na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma versão acordada com o MPF como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão. Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado tríplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel.


A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo - não presenciado por ninguém - no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula."

 

Adriano Nogueira

TAGS