O ex-governador Lúcio Alcântara, líder do PR no Ceará, tomou posse como presidente do Instituto do Ceará, que possui acervo histórico, cultural e antropológico do Estado. O evento do último sábado, 4, colocou na mesma mesa de solenidades rivais políticos como o governador Camilo Santana (PT), o Domingos Filho e o próprio Lúcio.

“Esta é uma instituição apolítica. Muita gente acha que a política separa e desune, muitas vezes é verdade. Mas quando há boa vontade e está em jogo o interesse público e o bem comum, os políticos que têm vocação se unem para produzir aquilo que é de interesse geral da comunidade. A disputa fica para eleição”, disse Lúcio.

Ele fez o convite ao governador pessoalmente no Palácio da Abolição e disse ainda que espera contar com o apoio de Camilo para tocar projetos. Antigo aliado de Lúcio, o senador Tasso Jereissati (PSDB) não compareceu à solenidade, mas enviou telegrama.

Aliados até o fim do ano passado, o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Domingos Filho, faz parte do grupo político que rompeu com o governador após disputa da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Enquanto Camilo e os Ferreira Gomes apoiavam Zezinho Albuquerque (PDT) para a presidência, Domingos queria Sérgio Aguiar (PDT) no cargo.

As tensões entre eles cresceram depois que a Assembleia aprovou PEC para extinguir o TCM. O caso está sob análise do Supremo Tribunal Federal. Os dois se cumprimentaram com aperto de mão ao fim da cerimônia de posse de Lúcio.

Cercado de membros da oposição, como os deputados estaduais Capitão Wagner (PR), Fernanda Pessoa (PR), Carlos Matos (PSDB), o governador foi ao aevento acompanhado de seus secretários Nelson Martins (Casa Civil) e Élcio Batista (Gabinete).

Lúcio foi escolhido pelos 40 sócios do Instituto para ser presidente pelos próximos dois anos. Ele afirma que deseja investir em projetos com parceiros e em recursos tecnológicos.

“Queremos maior aproximação com a sociedade para utilizar ainda melhor nosso acervo. Aproximar das entidades culturais, da academia. É uma biblioteca muito rica com 30 mil volumes, muita raridade”, afirma.

 

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