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Futebol moderno

2017-06-08 01:30:00

O DRIBLE ESTÁ SUMINDO


Um dos pilares do futebol moderno diz que o conceito de posição deu lugar ao de funções. Ou seja, o jogador não se limitará a ocupar uma determinada posição e deverá ter a capacidade de executar ações ofensivas e defensivas em qualquer lugar que esteja no campo.
Aos olhares de uns, o futebol ficou mais dinâmico e para isso são tomadas várias atitudes para fortalecer o jogo em conjunto. Uma delas foi o corte de grama rasteiro, a outra foi molhar o campo para que a bola corra com mais velocidade. O efeito contrário foi que os jogadores escorregam.
 

Quem saiu perdendo com isso são os jogadores que driblam. No futebol atual, esperar o adversário para aplicar-lhe um drible desmoralizante virou uma ofensa moral. O futebol europeu, que gosta de moralismos, trata os dribles desmoralizantes de Neymar a pontapés.
 

Não tenho dúvidas que o maior driblador do mundo é o Messi, mas ele cai nas graças de todos porque ,além de ser extraordinário, só dribla em direção à meta do outro time, e nunca para trás, o que em outras palavras quer dizer que ele tem respeito pelos adversários.
 

O drible está sumindo do futebol. Outro dia vi um treino de uma equipe sub-18. Tinha um garoto que driblava todo mundo. O técnico não parava de reclamar: “Passa essa bola, menino! Passa! Passa!”. 

Até que o menino se encabulou e nem passou nem driblou mais.
 

Na terça feira assisti Ao jogo do Ceará pela TV e constatei: à exceção do Tiago Cametá os jogadores do Ceará não sabem driblar.
Ficou patente depois que o América-MG teve um jogador expulso e formou uma barreira intransponível à frente de sua meta.
 

Percebi que Magno Alves, Felipe Menezes, Pedro Ken, Élton, Wallace e Roberto e Romário, todos bons jogadores, passavam a bola de um lado para o outro, e a bola ia e voltava e não conseguiam nada. Nenhum deles sabia driblar ou se souberam um dia viraram vítimas de um futebol sistematizado.
 

Aliás, contam-se nos dedos os dribles dados numa partida de futebol. Aqui e acolá aparece um jogador que se arrisca. Os técnicos tratam como risco e orientam assim. “Cuidado que se perder a bola lá vem o contra-ataque”. Coisas de um futebol que estudiosos chamam de moderno.

Sérgio Redes

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