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Gênios... 2026 do mal!

2017-09-05 01:30:00

NO BRASIL FALTA TUDO, mas sobra picareta. Motorista tem que ficar esperto: é presa fácil dos malandros pois desconhece as sutilezas mecânicas do carro. A maioria se encanta com as vantagens anunciadas nas casas de peças, postos, concessionárias, internet e acaba caindo no conto do vigário. Tem até dispositivo que faz o motor funcionar com água. E muitos acreditam…


HIDROGÊNIO – Anunciado na internet, a promessa é reduzir consumo com um gerador de hidrogênio a partir da água. Por uma reação química, o “H2” (hidrogênio) é separado do “O” (oxigênio) e misturado à gasolina, para ser queimado no motor. O H2 é, de fato, um combustível, mas o pessoal se “esquece” de que a energia elétrica necessária para a reação é maior que a fornecida por ele como combustível. As contas não fecham!


AMORTECEDOR - Não caia no conto do “recondicionado”: é solução para amortecedores que não existem mais à venda no mercado, de modelos antigos ou importados que saíram de linha. Mas, oferecidos por preço inferior ao do novo, é sinal de que só ganharam uma pinturinha e se trocou o óleo por outro mais grosso. A remanufatura – de fato - de um amortecedor custa mais do que a fabricação de um novo.


ECONOMIZADOR – Existem sempre vários anunciados, mas não acredite em nenhum deles. Alguns são ligados ao sistema elétrico/eletrônico, outros à alimentação de combustível. Se reduzissem de fato o consumo de combustível (sem provocar reações colaterais…), já teriam sido adotados pelo próprio fabricante do automóvel.


NITROGÊNIO – Existe em alguns postos para calibrar pneus. Só vale a pena se você tiver um Fórmula 1, extremamente sensível às variações de pressão com a temperatura. E à oxidação provocada pela umidade do ar. Mas, no seu carro do dia-a-dia, é jogar dinheiro no lixo.


Kit vapor - Mais uma “mágica”: o dispositivo leva os gases do tanque de gasolina (ou etanol) para serem queimados pelo motor, reduzindo-se assim o consumo. Já houve casos de explosão deste vapor, além de se alterar a relação correta gasolina/ar, provocando um excesso de combustível no motor.


REVISÃO – Oficinas de concessionárias costumam atrair incautos oferecendo revisão completa gratuitamente ou por um valor irrisório. Na verdade, a empresa quer ter seu carro levado lá para a tal “revisão”. Depois de aberta a ordem de serviço, começam a “descobrir” dezenas de problemas e a conta sobe às alturas. E só resta ao dono autorizar o reparo pois o carro já está lá no elevador, semi-desmontado…


EMPURROTERAPIA – São dezenas as possibilidades de faturar desonestamente, substituindo peças ou realizando serviços desnecessários. Limpeza de bico injetor é item campeão, mas só se o motor estiver funcionando irregularmente, jamais “preventivamente”. Na revisão obrigatória, as oficinas aproveitam para “enfiar a mão”. Exija apenas o recomendado pela fábrica. Nada de descarbonização do motor, limpeza do sistema de injeção, da sonda lambda e do tanque de combustível, lubrificação de maçanetas, portas e da suspensão e outros não prescritos no manual. Outra venda “forçada” é do rolamento do extensor quando se troca a correia dentada. A troca só se justifica se o rolamento der sinais de fim de linha, com chiado ou folga. Mecânico honesto sabe detectar se chegou ou não o momento de sua substituição.


CHIP – No passado, o “professor Pardal” tinha soluções mirabolantes para aumentar o desempenho, reduzir consumo e outras mágicas no motor, alterando a regulagem do distribuidor e carburador. Com a eletrônica, a mágica foi para o chip que atua na central, modificando seus parâmetros. Tem chip para repotenciar, transformar o carro a gasolina em flex, reduzir consumo, uma variedade deles. Dezenas de engenheiros na fábrica suaram a camisa para obter o melhor rendimento possível do motor. Ao se alterar a curva de funcionamento, ganha-se de um lado, mas sempre se perde do outro.


Adriano Nogueira

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