Rússia é banida das Olimpíadas e da Copa do Mundo por escândalo de doping

Atletas do país terão que competir sob bandeira neutra nos Jogos Olímpicos em 2020. Russos ainda têm 21 dias para recorrer da decisão

08:45 | Dez. 09, 2019

A Rússia não poderá ser representada nos Jogos Olímpicos de 2021, em Tóquio. Os atletas russos competirão sob bandeira neutra (foto: AFP)

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) baniu a Rússia das Olimpíadas de Tóquio, em 2020, e das Olímpiadas de Inverno de Pequim e da Copa do Mundo, em 2022. A punição foi anunciada na manhã desta segunda-feira, 9, e é decorrente de acusações de falsificação de vários exames de doping nos últimos anos. O banimento ficará em vigor por quatro anos, mas o país ainda pode recorrer no Tribunal Arbitral do Esporte nos próximos 21 dias.

Além de estar proibida de participar dessas grandes competições, a Rússia também não poderá sediar megaeventos esportivos. Essa não é a primeira vez que os russos recebem esse tipo de punição. Em 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) chegou a excluir o país das Olimpíadas do Rio, mas a decisão não foi executada. Apesar do banimento, São Petersburgo segue como uma das sede da Eurocopa em 2020.

Mesmo que a decisão acarrete uma punição severa, muitos atletas ainda veem a resolução da Wada como insuficiente. Isso acontece porque atletas russos que se submeterem a exames antidoping podem competir nas Olimpíadas, mas sob bandeira neutra. Ainda existe o temor que as falsificações e ocultações de resultados continuem acontecendo.

Apesar das provas apresentadas sobre a existência do esquema, as autoridades russas negam a existência de qualquer irregularidade. Os casos ganharam notoriedade quando o médico russo Grigory Rodchenkov expôs toda a malha de ocultação de exames e os procedimentos médicos usados para esconder as substâncias usadas pelos atletas. O escândalo virou tema do documentário “Icarus”, da Netflix, premiado no último Oscar com a estatueta de Melhor Documentário.