Cearense compete por título mundial em campeonato de breaking na Polônia

Cearense Mateus Melo, conhecido com B-Boy Bart, está na fase decisiva. O Red Bull BC One, torneio realizado há 17 anos, é transmitido pelo SporTV e pelo canal online da competição

12:28 | Nov. 05, 2021

Cearense Bart está na disputa do título (foto: Dean Treml / Red Bull Content Pool)

O dançarino cearense Mateus Melo, conhecido na comunidade de breakdance como B-Boy Bart, está na segunda etapa da final mundial do campeonato Red Bull BC One, que acontece em Gdansk, Polônia, neste sábado, 6, às 13 horas, horário de Fortaleza.

Natural da Capital cearense, Melo foi convidado à fase final por meio do mecanismo de wildcard -- por seu desempenho e influência na “cena”, como se chama o conjunto de breakdancers do Brasil e do mundo. Desta forma, ele já está classificado para a fase decisiva.

Tricampeão cearense da categoria e campeão nacional em 2018, Bart e outros 23 convidados se juntarão aos oito classificados na primeira etapa da final, conhecida como Last Chance, para competir pelos títulos mundiais de B-Boy e B-Girl.

A disputa

Sob os olhares dos jurados, os dançarinos têm que demonstrar carisma, habilidade e criatividade em seus passos para impressionar o painel avaliador, juntando a técnica à performance, e permanecer no mata-mata.

O Red Bull BC One é a maior competição internacional da modalidade, contando com representantes de mais de 30 países em 2021. Criado em 2004, o campeonato funciona por meio de classificações regionais - as Cyphers - e nacionais, cujos vencedores competem pelo prêmio na final mundial.

Outros dois brasileiros, Alexandre Duarte (B-Boy Xandin) e Isabela Rocha (B-Girl Itsa), foram classificados para a primeira etapa, mas não ficaram entre os oito melhores de ambas as categorias - masculino e feminino. Com a eliminação da dupla, Bart é o único brasileiro que permanece na competição.

O break nas Olimpíadas

Em 2019, o Comitê Olímpico Internacional anunciou que o break terá sua estreia como modalidade olímpica na edição de 2024, em Paris. A inovação é uma tentativa de atrair os olhares e talentos da juventude para o evento, papel desempenhado pelo surfe e pelo skate em Tóquio.

O break chegou ao Brasil em 1980, originário do Bronx, em Nova Iorque. Pessoas como Nelson Triunfo, que foi de Pernambuco a São Paulo com um sonho de dançar soul e funk, inauguraram no Brasil o movimento de dança hip-hop, influenciada pela capoeira e pela cultura das periferias do País.

Diversos brasileiros já alcançaram destaque na cena internacional do esporte, como B-Boy Pelezinho, B-Girl FaBGirl e B-Boy Neguin, o único atleta do Brasil a ser coroado campeão mundial da modalidade.

O breakdance brasileiro, assim como outros esportes urbanos, tem fortes nuances socioculturais, influenciado pelos preconceitos sofridos e obstáculos superados por aqueles que são responsáveis por popularizar a prática.

Bart, praticante de capoeira antes de entrar para o breaking, acredita que as Olimpíadas são uma oportunidade de ampliar os horizontes do esporte no Brasil. “Não é costume ver brasileiros nas batalhas internacionais, porque é muito caro mesmo, é muito pouco o apoio. Essa é a maior pedra no nosso caminho para evolução”, disse o atleta à plataforma Ecoa, do site Uol.

SERVIÇO
Red Bull BC One - Final Mundial Polônia
Data: 04/11 (1ª etapa final mundial)
Data: 06/11 (2ª etapa final mundial)
Horário: 13h
Local: Gdansk - Polônia
Transmissão: Red Bull TV e pelo canal SporTV.

Por Camila Garcia