Pouco inspirado, Fortaleza só empata com o Vélez pela ida das oitavas da Libertadores

O segundo confronto entre o time cearense e o argentino acontecerá na próxima terça-feira, dia 19, também às 19 horas, no Estádio José Amalfitani, em Buenos Aires

20:55 | Ago. 12, 2025

Por: Mateus Moura
O Fortaleza recebeu o Vélez na noite desta terça-feira, 12, na Arena Castelão, pelas oitavas de final da Libertadores. (foto: FCO Fontenele/O POVO)

Em mais uma noite de pouca inspiração, o Fortaleza ficou no empate sem gols com o Vélez Sarsfield-ARG, na Arena Castelão, em jogo que marcou o primeiro duelo das equipes pelas oitavas de final da Copa Libertadores. Com o empate, a decisão pela vaga fica totalmente em aberto para a partida de volta.

O segundo confronto entre o time cearense e o argentino acontecerá na próxima terça-feira, dia 19, também às 19 horas, no Estádio José Amalfitani, em Buenos Aires, na Argentina. Em caso de novo empate, o classificado será definido nos pênaltis. Uma vitória simples de qualquer um dos clubes no tempo regulamentar assegura o avanço às quartas de final.

 

Fortaleza x Vélez Sarsfield: o jogo

O primeiro tempo na Arena Castelão foi equilibrado, mas não de forma positiva. O Fortaleza, jogando em sua casa e com o apoio da torcida, não conseguiu se impor, pressionar ou criar um ambiente que deixasse o time argentino desconfortável. O Leão, previsível coletivamente e individualmente mal, acertou um único chute na direção correta do gol ao longo dos mais de 45 minutos de bola rolando.

O Vélez, confortável na defesa, tentou explorar as transições em velocidade, mas pecou pelo excessivo número de erros de passe – o El Fortín terminou a etapa inicial com apenas 66% de precisão. Ainda assim, o clube argentino foi quem teve as melhores oportunidades de abrir o placar: uma com o artilheiro Braian Romero e outra com o zagueiro Mammana.

Em ambos os lances, o goleiro Helton Leite, estreante da noite pelo Fortaleza, interveio com boas defesas. O arqueiro foi para o intervalo, com certa margem de folga, como o principal destaque do Leão do Pici. Breno Lopes, em algumas escapadas em velocidade pela esquerda, e Lucca Prior, participativo no meio-campo, também tiveram algum destaque, embora menos relevante.

No geral, o Fortaleza mostrou os mesmos problemas: falta de criatividade, repertório ofensivo e confiança, além das fragilidades na organização defensiva, na cobertura e nas bolas aéreas. O Vélez, longe de apresentar um primor de futebol, aceitou o ritmo passivo do Leão e soube jogar a partida dentro desse contexto – afinal, os argentinos decidem a vaga em casa e um empate no duelo de ida não é um resultado ruim.

Na volta do intervalo, o técnico Renato Paiva trocou Prior, que sentiu um desconforto, por Kervin Andrade. O venezuelano entrou bem na partida e conseguiu melhorar a dinâmica ofensiva do Tricolor. Faltava, ainda, um maior capricho coletivo nas conclusões das jogadas, fosse no último passe ou na finalização.

A paciência da torcida, conforme o tempo ia passando e o gol não saía, foi se esvaziando. Um dos alvos de críticas foi Deyverson, que não viveu uma boa noite. Em determinado momento da etapa final, após um erro de passe e uma “brincadeira” antes da cobrança de uma falta, o atacante foi vaiado por parte dos torcedores presentes na Arena Castelão.

O Vélez, diferente do primeiro tempo, não conseguiu ser competitivo nos 45 minutos finais. A equipe argentina, já sem tanta força ofensiva e com desgaste físico evidente, concentrou suas forças no sistema defensivo para tentar assegurar o empate. Não à toa, o goleiro Helton Leite não precisou fazer nenhuma grande intervenção.

No fim, apesar de ter tido posse de bola, o Fortaleza não teve objetividade. Para piorar, Rossetto ainda acabou expulso após receber o segundo amarelo. Mais um resultado frustrante para os torcedores do Leão, que convivem com uma crise interminável em 2025. Para se manter vivo na Libertadores, o Tricolor terá de superar uma difícil missão na Argentina.