Loteria? Felipe Alves fala sobre preparação para cobranças de pênaltis e cita fatores envolvidos

Em coletiva, goleiro admitiu que treinou a semana toda para uma possível decisão por pênaltis entre Fortaleza e CSA-AL pela Copa do Nordeste e enumerou tudo que faz parte da preparação

20:33 | Abr. 16, 2021

Goleiro Felipe Alves defende bola em treino do Fortaleza no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici (foto: Leonardo Moreira / Fortaleza EC)

A disputa de quartas de final na Copa do Nordeste é feita em jogo único e se o resultado for um empate o classificado sairá nas cobranças de pênaltis. O jargão popular diz que uma decisão assim é loteria, mas no futebol moderno não é bem assim.

Goleiro titular do Fortaleza e com histórico de defesas de pênaltis, Felipe Alves sabe que a chance de bola parada mais clara de gol vai além de sorte. “É um jogo mental muito bom do goleiro com o batedor. A gente tenta induzir ao máximo quem vai bater o pênalti a fazer aquilo que a gente queria, para que possa ter sucesso na defesa. Então é um jogo de calma, paciência e detalhes. Aquele que estiver mais calmo consegue levar vantagem nesta disputa”, define.

Ciente de que o duelo entre Fortaleza e CSA-AL, neste sábado, às 16 horas, no Castelão, pode ir parar nas penalidades, o camisa 12 disse, em coletiva, que treinou especificamente para isso durante toda a semana. E a preparação não é apenas tentar defender o máximo de cobranças possíveis dos companheiros durante os expedientes diários.

“É um pouco de tudo que se passa na semana, um pouco do treinamento com os companheiros de equipe, um pouco do pessoal da análise de vídeo, que repassa para nós a maioria dos movimentos executados pelos batedores (do time adversário) e, na hora, nossa intuição, o instinto de goleiro fala mais alto. A gente acaba fazendo uma leitura de acordo com o que aconteceu na partida e que vai acontecer ali nos segundos que vamos reagir diante de uma cobrança”, explica.

O estudo, porém, existe dos dois lados. Se os goleiros chegam ao jogo consciente como os jogadores batem os pênaltis, estes também conhecem um pouco dos movimentos dos arqueiros. “A gente tem o pessoal da análise de desempenho, que acaba nos repassando tudo, da melhor maneira possível, para nós avaliarmos o batedor, a forma que ele bate, mas claro que não é uma ciência exata, até porque os batedores assistem os nossos vídeos, dos goleiros, pra ver se a gente tem algum lado de preferência. Da mesma maneira que avaliamos os batedores, eles avaliam os goleiros”, relata.

O estudo antes do jogo é extremamente importante, mas o que acontece na partida também influencia diretamente, segundo Felipe Alves. O goleiro do Leão ainda cita outros fatores importantes para a disputa de pênaltis.

“É como eu disse, é um jogo muito mental, porque dentro da partida acontecem muitas coisas, às vezes os jogador está mais fatigado e quando está mais cansado, você acaba estando mentalmente mais desgastado e na hora de bater o pênalti a perna acaba pesando. Então acho que dentre desses detalhes do que acontece na partida e da situação de (quem vai) cobrar o primeiro (pênalti), quem faz o primeiro (gol), quem perde o primeiro (gol), tudo isso influencia em quem vai bater”, disse.