Gols de zagueiros e Ricardinho iluminado: relembre a final entre Ceará e Bahia na Copa do NE 2015

Na ocasião, Vovô foi campeão invicto e conquistou título que passou perto desde a reformulação do torneio

11:23 | Jul. 31, 2020

Charles comemorando o primeiro gol do Ceará na final da Copa do Nordeste 2015 (foto: Christian Alekson/Ceará SC)

A final entre Ceará e Bahia nesta edição da Copa do Nordeste acendeu uma memória bastante positivo na mente do torcedor alvinegro. Foi contra esse mesmo adversário que o Vovô venceu a competição pela primeira vez, em 2015, com duas vitórias nos jogos de ida e volta. Agora, a equipe busca repetir o feito no sábado, 1º, às 16 horas, e na terça, 4, às 21h30min, no estádio Pituaçu.

Na véspera da primeira partida da decisão, Esportes O POVO relembra os caminhos que Ceará e Bahia tomaram até chegarem à grande final há cinco anos, além de relembrar alguns detalhes de como foram os duelos vencidos pelo Alvinegro na Fonte Nova e na Arena Castelão. Confira:

Caminho no mata-mata

O caminho do Ceará para chegar à final regional não foi fácil. Apesar do duelo contra o Salgueiro nas quartas de final ter tido uma certa tranquilidade, com vitórias na ida e na volta, a semifinal contra o Vitória foi dramática. Um 2 a 2 no Barradão classificou o Vovô para decisão por meio do critério do gol fora de casa. Seria a segunda final alvinegra na história da Copa do Nordeste. Na primeira, em 2014, o título foi perdido para o Sport.

O Bahia também chegou à decisão invicto, superando o Campinense nas quartas e passando pelo Sport em um difícil confronto na fase seguinte, com direito a vitória por 3 a 2 show de Souza, que marcou os três gols do Esquadrão na partida. Assim, os dois jogos da final seriam disputados entre duas equipes fortes e que, pelas campanhas, fariam um duelo bastante equilibrado para buscar a Orelhuda.

Jogo de ida

No duelo de ida, em uma Fonte Nova lotada, o Ceará do técnico Silas Pereira entrou em campo com a seguinte escalação: Luis Carlos; Samuel Xavier, Charles, Gilvan e Fernandinho; Sandro Manoel, Uillian Correia, Ricardinho e Marinho; Assisinho e Magno Alves. Já o treinador Sérgio Soares decidiu escalar o Bahia da seguinte forma: Jean; Tony, Robson, Thales e Patric; Wilson Pittoni, Souza e Tiago Real; Maxi Biancucchi e Kieza.

O jogo foi muito equilibrado e com chances claras para os dois lados. Com os times esbanjando qualidade técnica e tática, seria difícil imaginar a forma como o placar seria definido. Aos 26 minutos, Marinho deu um passe para Samuel Xavier, que encontrou Ricardinho na área. O meia chutou de primeira e o goleiro Jean, de forma surpreendente, deixou a bola passar por entre as pernas. O 1 a 0 permaneceria até o apito final.

Hoje questionado por uma parte da torcida alvinegra, Ricardinho foi bastante elogiado por Silas após a partida. O treinador não hesitou em chamar o atleta de “craque”: “Ele sabe os momentos, a hora de dar pausa, ele sabe a hora de ir para dentro da área. Jogando como meia, apareceu de novo dentro da área. Estamos felizes com o rendimento dele. É um craque que temos no nosso grupo”.

Jogo de volta

Com um ótimo resultado construído fora de casa, a expectativa tomou conta para saber como o título seria definido na Arena Castelão. A única certeza era de que o estádio estaria bastante lotado para acompanhar a decisão. E não deu outra: 63.399 pagantes, até então o maior público da história do estádio. Em vários momentos, a partida teve uma emoção à altura do clima que havia tomado o local. E quem esteve lá assistiu a Ricardinho confirmar novamente o status de “craque” que o treinador lhe deu.

Com Marinho suspenso, a única diferença no Vovô em relação ao jogo de ida foi a entrada de Wescley. O Bahia, por sua vez, contou com a entrada do zagueiro Titi, do lateral Bruno Paulista e do meia Rômulo. A decisão não demorou muito para começar a ser definida: aos 15 minutos, Ricardinho fez um cruzamento perfeito na cabeça do zagueiro Charles, que subiu e testou para o chão. A bola quicou e balançou as redes de Jean, pondo o 1 a 0 no placar.

No segundo tempo, novamente o camisa 8 do Vovô apareceu para decidir em um passe decisivo. Aos 6 minutos, o escanteio foi cobrado e Gilvan apareceu muito bem para testar muito forte, em uma cabeçada que mais parecia um chute, sem chance alguma de defesa. Depois de abrir 2 a 0, o Ceará ainda teve chances claríssimas com Marcos Aurélio e o próprio Ricardinho. No final, viu Maxi Biancucchi diminuir para o Bahia, mas já não havia tempo suficiente para buscar o resultado.

Com sete vitórias, cinco empates e nenhuma derrota, o Alvinegro enfim foi campeão da Copa do Nordeste. Na campanha, foram 16 gols marcados e oito sofridos. Magno Alves foi o artilheiro da equipe, com cinco gols marcados. O título coroou uma busca incessante que já tinha parado nas semifinais, em uma derrota por 1 a 0 para o ASA-AL no Castelão, e na final diante do Sport. Depois dessa trajetória, a conquista, invicta ou não, já seria bastante festejada pela torcida quando acontecesse.