Exclusiva com Robinson de Castro: semifinal do Nordestão era crucial e jogadores foram perfeitos

Em entrevista exclusiva, o presidente do Ceará comemorou o trabalho por trás da vitória e elogiou o zagueiro Klaus

13:06 | Jul. 29, 2020

Presidente do Vovô elogiou o zagueiro Klaus e o trabalho feito por Guto Ferreira (foto: Thais Mesquita/O POVO)

No dia seguinte à vitória por 1 a 0 sobre o Fortaleza na semifinal da Copa do Nordeste, o presidente do Ceará, Robinson de Castro, concedeu entrevista ao repórter Lucas Mota, em Salvador. Na conversa, o dirigente comemorou todo o trabalho feito por trás da partida, elogiou o zagueiro Klaus e o trabalho de Guto Ferreira, disse se "prefere" enfrentar Bahia e Confiança e tratou de outros assuntos.

Confira:

Pós-Clássico

Amanheci feliz pelo trabalho feito durante os últimos dias de preparação pra esse jogo. Trabalho minucioso feito por muitas mãos. Estratégia de jogo, escolha de jogadores que iam a campo, preparação mental dos atletas. Alguns eixos importantes aí que nesse momento foram fundamentais: disciplina dentro e fora de campo, humildade e propósito. Acho que nos preparamos bem, era um jogo crucial. O jogo era muito mais que uma semifinal, estavam dizendo que era o maior clássico da história e eu lia que o favoritismo era do adversário pelo trabalho de muito tempo e pelo elenco. Era um jogo de afirmação. Nosso propósito pra esse ano é enfrentar o adversário direto que disputa todos os campeonatos que disputamos e que teve bom ano passado. Conseguimos fazer trabalho quase perfeito pra esse jogo. Passamos por meritocracia.

Jogadores foram perfeitos, doação muito grande, estão com propósito de vencer. Então assim, claro que foi um jogo tenso, mas todo controlado. Controlamos o jogo todo. A gente podia ampliar o placar, mas o importante é que não sofreu no jogo. Controlamos muito, anulamos todas as possibilidades do adversário e saímos fortalecidos como grupo, elenco, time. O elenco se mostrou grande.

Vale lembrar que a Copa do Nordeste é delicada. Vencemos os últimos cinco jogos pra chegar onde chegou. Vencemos boa parte do G7 do Nordeste: Vitória, Sport, Fortaleza. Não jogamos contra Náutico e Santa. A gente mesmo com mudança de técnico, tivemos força de grupo. Foi fundamental não só pra esse jogo mas pra possibilitar chegar na semifinal e final. Então tudo isso houve determinação do grupo. Guto chega, muda modelo de jogo contra o maior rival que tinha perdido. Ainda sem entender muito bem o que ele queria pra equipe de modelo, teve inteligência e a coragem de colocar, escolher quem fosse a campo independente se vinham como titular. Da parte de quem não saiu jogando, houve atitude de apoio. Não era individual, era o coletivo.

Klaus

O Klaus é de primeiro mundo intelectual. O cara tem formação acadêmica, é inteligente, disciplinado. Vinha de uma lesão e se dedicou, se preparou pro jogo. No dia do jogo, tava fazendo trabalho de fortalecimento pra se preparar. Na bola aérea ofensiva, normalmente ele guarda. Ele consegue se posicionar e se deslocar com muita inteligência, e também que valorizar a bola que o Vinícius lançou, foi perfeita. Ele (Klaus) tem estrela, contra o Fortaleza pela segunda vez foi gol dele. Tem que parabenizar o garoto. Cara sensacional, merecedor, premiado.

Bahia ou Confiança

Sem qualquer preferência. Acho que o Confiança vai dar charme a uma final por chegar pela primeira vez, e o Bahia já é nosso grande adversário na Copa do Nordeste sempre com jogos difíceis. Até mesmo nessa competição empatamos em 2 a 2 com eles. Vão ser dois jogos históricos. Lembrando que outros clubes que não estão no G7 foram vencedores dessa competição: Sampaio, Campinense. Não dá pra desprezar os clubes do Nordeste que chegam e não chegam por acaso. Chegam porque se impuseram. Claro que a camisa do Bahia é mais forte, mas o respeito é igual.

Futebol imprevisível

Percebia no senso comum um favoritismo do Fortaleza. Imprensa nacional e local, torcidas. Não é bem assim. Futebol não tem como você cravar situação. É como digo: Ceará vai jogar final contra o Bahia. Quem disse? Confiança pode ser nosso adversário. Chegou com mérito e pode classificar. Não pode antecipar ou cravar. Sport por pouco não tirou o Fortaleza. A gente tem que respeitar muito as camisas. Jogar com Sport ou Vitória, mesmo eles estando em divisão inferior, é uma situação momentânea. A camisa é muito forte. Sabemos isso e acabou também talvez mexendo com o brio dos atletas. Teve um tempero.

Confiança no trabalho

Traz confiança que tá no caminho certo. Amadurece, a capacidade de avaliar o elenco com tranquilidade, avaliar as eventuais carências que temos, se é que existe. E conseguir enxergar algumas peças às vezes são subestimadas ou tiveram poucas oportunidades. Você vê aí jogadores do trio de frente que começou o jogo, três meninos: Sobral, Cléber e Rick. Então pra esses garotos, é difícil prever que estariam disputando semifinal saindo jogando. Acho que tem suco pra extrair dessas frutas.