Exclusiva com Richardson: declaração ao Ceará, motivações no Japão e choro no vestiário

O volante concedeu a primeira entrevista exclusiva desde o acerto da negociação para jogar no Kashiwa Reysol, transação de R$ 5 milhões considerada a maior da história do futebol cearense

19:44 | Fev. 01, 2019

Richardson deixou o Ceará para atuar no futebol japonês em 2019(foto: O POVO)>

Há exatos 21 dias, Richardson embarcou rumo ao Japão para realizar um "sonho" no futebol, levando na bagagem uma história vitoriosa pelo Ceará, de títulos, acesso e permanência na Série A. Ídolo do Alvinegro do Porangabuçu, o volante concedeu a primeira entrevista exclusiva desde o acerto da negociação para jogar no Kashiwa Reysol, transação de R$ 5 milhões considerada a maior da história do futebol cearense.

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Ao Esportes O POVO, o jogador de 27 anos "abriu o coração" sobre a passagem de três anos pelo Ceará, relembrou momentos marcantes da parceria com Wescley, de pênaltis perdidos, volta por cima ao choro no vestiário e explicou os motivos de defender uma equipe japonesa que disputará a 2ª Divisão.

"O que pesou na minha saída foi meu sonho de poder jogar fora do Brasil, conhecer novas culturas, outro estilo de vida e um futebol diferente. Quando tive a chance, aceitei o desafio", revelou o volante.

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O desafio no Japão parou uma trajetória de três anos vividos no Ceará, com marcas relevantes do volante de forte marcação e entrega máxima dentro de campo, estilo que conquistou o torcedor. Em 144 jogos disputados, Richardson conseguiu o Bicampeonato Cearense e o acesso para a Série A em 2017. Na temporada de 2018, foi peça fundamental para a permanência do clube da elite do futebol.

"Com certeza foi o clube que mais marcou a minha carreira, com maior visibilidade e podendo chegar a quase 150 jogos com essa camisa. Não é para qualquer um, eu sou privilegiado de poder jogar uma Série A em alto nível, foi um sonho realizado, e com essa camisa do Ceará ainda mais especial", afirmou.

Com a camisa do Kashiwa Reysol, o atleta espera repetir o sucesso dos anos de Alvinegro. "O objetivo aqui no Japão é fazer uma história vitoriosa, ganhar títulos, subir a equipe esse ano para a primeira divisão, ter uma história dentro do clube, assim como eu tive no Ceará", detalhou.

História de bastidor marcante

No ano passado, a temporada do Ceará foi de fortes emoções, de um time que protagonizou uma arrancada impressionante da zona de rebaixamento para assegurar a permanência na 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro. Antes disso, a equipe conquistou o Cearense diante do maior rival, o Fortaleza, foi eliminado na Copa do Nordeste para o Bahia.

Na Copa do Brasil, o Vovô acabou derrotado pelo Atlético-PR, nos pênaltis. Foi a partir desse episódio que se iniciou um dos momentos mais marcantes para Richardson na temporada passada.

No doloroso revés para os paranaenses, o companheiro de equipe, Wescley, perdeu uma das penalidades. "Quando ele errou o pênalti na Copa do Brasil contra o Atlético-PR, eu disse pra ele que ele seria importante pra gente", lembrou o volante do apoio dado ao colega, em março, após a partida no Castelão.

Oito meses depois, os papéis se inverteram diante do mesmo Atlético-PR pela Série A, em duelo importante para a permanência do clube cearense, na Arena da Baixada. O confronto terminou em empate de 2 a 2, sendo um dos gols marcados por Wescley. "Ele foi decisivo. Eu errei um pênalti e acabei errando um gol no fim do jogo. Eu estava muito triste e chorando no vestiário, quando o Wescley veio e me abraçou. Ele disse que aquele gol era pra mim por tudo que eu fazia pelo time. Isso me marcou demais", contou o volante.

Recém-contratado ao clube japonês, Richardson deve fazer sua estreia em breve. A primeira partida oficial do Kashiwa Reysol está marcada para o dia 24 de fevereiro, diante do Renofa, pela 2ª Divisão do Campeonato Nacional.

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