Antes coadjuvantes, Coutinho e Lozano ?lideram? Brasil e México na Copa

Desde que Brasil e México foram sorteados nos grupos E e F, respectivamente, da Copa do Mundo da Rússia, um possível confronto entre as duas seleções nas oitavas de final era considerado um cenário natural e até mesmo plausível de ser concretizado. Pois então, na próxima segunda-feira, na Arena Samara, os times comandados por Tite [?]

19:15 | Jul. 01, 2018

Desde que Brasil e México foram sorteados nos grupos E e F, respectivamente, da Copa do Mundo da Rússia, um possível confronto entre as duas seleções nas oitavas de final era considerado um cenário natural e até mesmo plausível de ser concretizado. Pois então, na próxima segunda-feira, na Arena Samara, os times comandados por Tite e Juan Carlos Osorio medem forças com destaques individuais que, anterior e teoricamente, seriam apenas coadjuvantes: Philippe Coutinho e Hirving ?Chucky? Lozano.

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Antes do Mundial, um ?confronto? particular entre as duas principais estrelas das seleções Canarinho e La Tri (Tricolor) reservaria um comparativo de Neymar com Javier ?Chicharito? Hernandez. Porém, a dupla de mais alarde e badalada acabou suprimida pelas atuações de seus respectivos companheiros, autores de gols importantes e de atuações consistentes para ajudar em ambas a alcançar as classificações.

Apesar do protagonismo que Philippe Coutinho e Hirving Lozano tem mostrado em suas seleções, são jogadores de características diferentes e isso fica evidente no posicionamento de cada um. Mesmo com variações, ambos os times tem tido o 4-2-3-1 como alternativa, algo que para o Brasil é mais natural, mas não para o México, que pouco atuou dessa forma nas Eliminatórias. Enquanto Coutinho joga pelo meio, teoricamente atrás do centroavante, Lozano é um típico jogador de lado de campo, que possui a velocidade e o drible como pontos fortes.

Philippe Coutinho

Posição: meia

Camisa: 11

Altura: 1,72m

Data nascimento: 12/06/1992 (26 anos)

Clubes: Vasco da Gama, Internazionale, Espanyol, Liverpool, Barcelona

Depois de três rodadas e a fase de grupos findada com seus respectivos classificados, é quase unânime a opinião de que Philippe Coutinho é o melhor jogador da Seleção Brasileira em solo russo e um dos melhores da competição. Além das boas atuações, o camisa 11 tem se tornado um desafogo nos momentos mais difíceis do time, seja com gols ou com assistências.

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Na estreia diante da Suíça, o meia fez o primeiro gol da Amarelinha no Mundial. Depois, contra a Costa Rica, abriu o placar da vitória por 2 a 0 em um jogo que se desenhou difícil. Na partida derradeira contra a Sérvia, o Brasil precisava vencer para garantir uma vaga nas oitavas de final e, no momento em que o adversário começava a esboçar uma reação, o jogador revelado no Vasco da Gama assistiu Paulinho com um passe preciso em profundidade, que o volante colocou para o fundo da rede.

Não só nos lances decisivos e que culminaram em gols que o meia do Barcelona apareceu de forma efetiva. Apesar da camisa 11 às costas, Coutinho faz a função de ?10? no time de Tite, atuando centralizado em uma linha de três ao lado de Neymar e Willian, e atrás de Gabriel Jesus. Mesmo assim, no momento defensivo, desempenha uma função de dar os primeiros combates e equilibrar as linhas.

Esse posicionamento, porém, é uma novidade para Philippe Coutinho na Seleção. Durante boa parte das Eliminatórias, ele foi concorrente de Willian por um lugar no flanco direito do campo, já que Tite escalava o time com uma trinca de meio-campo formada por Casemiro, Renato Augusto e Paulinho. Diante da condição física de Renato na Rússia, o meia foi deslocado para essa função, na qual tem se destacado ao ponto de tomar para si o protagonismo de uma seleção estrelada e pentacampeã.

Hirving Lozano

Posição: meia-atacante

Camisa: 22

Altura: 1,76m

Data nascimento: 20/07/1995 (22 anos)

Clubes: Pachuca-MEX, PSV Eindhoven

Nas últimas Copas do Mundo, o México teve em Javier Hernandez sua principal referência técnica e esperança para um possível sucesso. Em 2018, na Rússia, o momento instável de ?Chicharito? se tornou uma preocupação em relação a quem ?levaria? o time comandado por Juan Carlos Osorio. Coube ao treinador, aliás, confiar seu desempenho a um jovem de 22 anos, considerado a grande promessa do país: Hirving ?Chucky? Lozano.

O cartão de visitas do camisa 22 foi o melhor possível diante de um cenário que se desenhava hostil. Contra a Alemanha, a seleção mexicana fez uma partida que saltou aos olhos pela forma como a qual conseguiu conter a atual campeã Mundial e se armar nos contra-ataques. E na pessoa de Lozano conseguiu não apenas jogar bem, como vencer. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o meia-atacante cortou Hummels e furou a meta de Neuer.

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A primeira partida deixou clara a função de ?Chucky?, apelido dado ainda na infância, no time mexicano: com sua velocidade, ser a principal válvula de escape nos contra-ataques que chamaram atenção pela forma com a qual são desempenhados. Tanto que na vitória sobre a Coreia do Sul, na segunda rodada, foi Lozano quem puxou o contra-golpe que ?Chicharito? completou para mercar o segundo gol.

Retomando alguns pontos da partida especificamente contra a Alemanha pode-se ter uma ideia de qual deve ser o local de atuação do meia-atacante contra o Brasil. Assim como a seleção europeia, o time de Tite possui um lateral que apoia muito, Marcelo, e outro menos, Fágner. Entre os comandados de Joachim Low, essas figuras eram, respectivamente, Kimmich e Plattenhardt.

Dessa forma, Osorio colocou Lozano justamente para atuar nas costas do lateral direito do Bayern de Munique, que demorava a conseguir recompor. Ao mesmo tempo, o camisa 22 não só conteve os avanços de Kimmich, como soube utilizar as costas do jogador alemão para disparar nos principais contra-ataques.

O desempenho expressivo de Hirving Lozano não é uma novidade, haja visto a temporada de sucesso e a participação efetiva que teve na campanha do título holandês do PSV Eindhoven. Em 33 jogos, foram 19 gols marcados pelo meia-atacante formado nas categorias de base do Pachuca, do México, que agora já começa a despertar o interesse dos principais times da Europa.

 

Gazeta Esportiva