Tem cearense na Copa: Sérgio Portela, funcionário do Fortaleza, embarca para o Catar
Desde 2013, o administrador de empresas, que hoje é gerente do programa de sócio-torcedor do Fortaleza, participa da organização de eventos esportivos de grande porte
22:05 | Set. 02, 2022
Ainda falta pouco mais de dois meses para a Copa do Mundo no Catar, mas já tem cearense de malas prontas para seguir viagem rumo ao Oriente Médio e o embarque acontece neste sábado, 3.
O passageiro é Sérgio Portela, de 30 anos, formado em administração de empresas e, atualmente, gerente do programa de sócio-torcedor do Fortaleza Esporte Clube. O que ele vai fazer no Catar, no entanto, não tem nada a ver com o time, tampouco ele viajará como turista.
Sérgio vai para a Copa do Mundo a trabalho. Ele foi convidado por uma das empresas que vai prestar serviços de logística para o evento e cuidará da área de transportes. “Temos que planejar, delinear rotas e executá-las para os nossos principais clientes, para a imprensa, colaboradores da FIFA que vão estar lá, pessoas relacionadas aos protocolos e quem sabe alguns convidados”, explica.
No Catar, Sérgio vai se encontrar com um grupo de pessoas que foi mais cedo que ele e já trabalha em prol da organização do mundial. Para participar, fez um acordo com o Fortaleza, que o liberou até dezembro, após o fim da Copa.
O convite, no entanto, não aconteceu de repente. Na verdade, essa nem é a primeira Copa do Mundo em que Sérgio vai trabalhar. O cearense tem bastante experiência em participar da organização de grandes competições esportivas.
A lista é extensa e vai além do futebol. Ele já prestou serviços na Copa de 2014, no Brasil, Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015, Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, em 2018, das Copas América 2019 e 2021, no Brasil, e, recentemente, do Grande Prêmio de Fórmula 1, em Jeddah, na Arábia Saudita.
Tudo começou, porém, na Copa das Confederações de 2013, quando Sérgio foi voluntário. "Eu pensei que na minha vida, nunca mais ia ter a oportunidade de ver aquilo, um evento daquele tamanho na minha cidade, embaixo do meu nariz e eu queria muito me envolver no que fosse possível. Como eu era bem mais novo na época, acabei me inscrevendo para o programa de voluntários e foi uma experiência bem legal", recorda.
Os contatos feitos em 2013 foram abrindo portas para os demais eventos posteriores, com a diferença que em todos os demais ele foi remunerado, assim como será este ano.
A passagem recente pela Arábia Saudita, via Fórmula 1, foi importante para o convite de trabalho no Catar. “Pesou bastante pela cultura, entender como é a mecânica da vida deles, os hábitos religiosos, alimentares, as vestimentas”, disse. Ele pôde escolher entre o chamado de duas empresas que vão atuar no evento.
A experiência em Jeddah foi importante também para agregar algumas expressões essenciais do árabe ao seu conhecimento de idiomas. Sérgio fala português, inglês, espanhol e francês.
Na bagagem
As malas de Sérgio para a viagem contém alguns ítens nada comuns, em atenção a pedidos de alguns brasileiros que já estão no Catar. “Pediram para levar uma cuscuzeira, um flocão de milho para fazer cuscuz e um pacote de feijão preto", conta, rindo.
Apesar da pausa no trabalho de gerente do programa de sócio-torcedor do Fortaleza, ele garante que não vai esquecer do Tricolor na Copa do Mundo e colocou algumas camisas do time na bagagem para usar nas ruas do país árabe.