Presidente da Fifa é suspeito de tentar interferir em investigação da Justiça suíça

Infantino pediu a um procurador do país, de quem é amigo, para intermediar conversas com o procurador-geral suíço, Michael Lauber

18:30 | Abr. 28, 2020

Presidente da Fifa, Gianni Infantino (foto: AFP)

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, é suspeito de tentar interferir numa investigação feita pela Justiça da Suíça na qual tem o nome envolvido. O dirigente pediu ajuda de um procurador do país, de quem é amigo de infância, para intermediar conversas com o procurador-geral suíço, Michael Lauber, que conduz os trabalhos.

O assunto investigado desde 2016 e trata-se de uma concessão de direitos de transmissão televisivos a uma empresa “offshore” (que tem contabilidade em um país diferente em que atua). Na época, Infantino era o principal advogado da UEFA, confederação do futebol da Europa. Quando os procedimentos das autoridades começaram e ele foi procurado, já havia sido eleito presidente da Fifa.

Odrigente escreveu ao procurador suíço Rinaldo Arnold, amigo particular dele, dizendo: “vou tentar explicar ao OAG (procurador-geral) que é do meu interesse que tudo seja esclarecido o mais rapidamente possível e que seja afirmado claramente que não tenho nada a ver com esse assunto". Arnold, que já tinha intermediado uma reunião entre Infantino e Lauber respondeu: "O importante é a reunião daqui a duas semanas. Se quiser, posso ir contigo novamente". O segundo encontro realmente aconteceu, em 22 de abril de 2016, mas nada se sabe sobre o que foi conversado entre eles.

A Fifa se manifestou com um comunicado oficial, na segunda-feira, 27. A entidade alegou que o e-mail de Infantino para Arnoldo era particular, enviado a um amigo e retirado de contexto. Destacou também que a conversa foi obtida ilegalmente, por meio de hackers e que portanto se tratava de um ato criminoso.

"Não apenas Infantino não tinha nenhum motivo para mentir nesse e-mail, mas esse e-mail nunca indicou que Infantino queria 'limpar seu nome'”, diz parte da nota. A Fifa explicou que as reuniões tinha como intuito mostrar que a UEFA estava à disposição para colaborar com as investigações.

(Com informações de O Estado de S. Paulo)