Entre as mulheres, metade das vagas no pódio foi ocupada por rostos mais experientes. Andreza Vitória (BC1), Natali Faria (BC2), Evani Calado (BC3) e Ercileide da Silva (BC4), todas presentes em Tóquio, foram as campeãs das respectivas categorias. A outra metade foi de caras novas. Na BC3, por exemplo, Débora de Jesus ficou com a segunda posição, entre Evani e Evelyn (terceira), duas campeãs paralímpicas nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.
"O ponto positivo [da separação de gêneros] foi o aparecimento de muitas mulheres, de diversas idades, que começaram a praticar o esporte e tiveram sua primeira participação em um campeonato nacional. O negativo é que com a saída de atletas homens de alta performance, a competição acabou dividida entre as atletas iniciantes e outras mais experientes que se confrontaram na primeira fase, causando um desequilíbrio competitivo para ambos. Tento mostrar que a presença dos homens nas disputas, de forma mista, nunca foi empecilho para o meu avanço, pelo contrário. Quero passar às atletas que estão entrando nesse novo tempo o que eu aprendi: acreditarem na jornada como atleta e também na vida. A gente colhe à medida que planta, e recebe à medida que entrega", analisou Evelyn, à Agência Brasil.
Passado o Brasileiro, as atenções se voltam à Copa América. A convocação da seleção - a primeira com a divisão por gênero - será divulgada nos próximos dias. A competição abre o ciclo da Paralimpíada de Paris, além de ser classificatória para o Mundial do ano que vem, entre 3 e 13 de dezembro, no Rio de Janeiro.
"Como Brasil é o país-sede do Mundial, [a Copa América] não tem grandes benefícios em termos de conquista de vaga, mas será importantíssima para que as mulheres da seleção confirmem seus resultados individuais, principalmente nas classes BC1, BC2 e BC4. Agora, elas brigam diretamente por quatro medalhas, uma por classe. Estamos muito otimistas. Em Paris, serão oito eventos individuais e três de pares ou equipes. Nossa expectativa é de cinco medalhas, sendo duas de final, ouro ou prata", projetou Baideck.
"O Brasil é muito forte nas Américas, mas sabemos que países como o Canadá e Argentina vêm tendo uma crescente também. Nossa expectativa é apostar no nosso entrosamento de já algum tempo trabalhando juntos, caso se mantenha o mesmo grupo, e ir em busca do terceiro título dos pares em Copa América e meu segundo individual, se Deus quiser", completou Evelyn.