Em final histórica entre brasileiros, Ítalo Ferreira fica com o título mundial de surfe

O potiguar é o terceiro brasileiro campeão na categoria e o primeiro nordestino

23:32 | Dez. 19, 2019

Ítalo Ferreira pega um tubo durante a etapa de Billabong Pipe Masters, no Havaí (foto: Tony Heff/WSL)

A história se fez já no início da noite desta quinta-feira, 19. Após o potiguar Ítalo Ferreira derrotar Peterson Crisanto e o paulista Gabriel Medina vencer Caio Ibelli, o título do Circuito Mundial de Surfe tinha nacionalidade. Era brasileiro pela quarta vez na história, todas de 2014 para cá.

Faltava o nome. Ítalo e Medina entraram nas águas de Pipeline, no Havaí, por volta das 22h30min (de Fortaleza) para a bateria final da 11ª e última etapa do Circuito. Dessa vez, não tinha matemática. Não tinha secada. Quem vencesse era campeão mundial de surfe.

Deu Ítalo Ferreira, natural de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, terceiro brasileiro campeão mundial de surfe — e primeiro nordestino. Ele derrotou o bicampeão da principal categoria do esporte radical com o somatório de 15,56, contra 12,94 de Medina. Agora, ele se junta a Adriano de Souza, o Mineirinho, e ao rival da bateria final como os representantes nacionais no auge do surfe global. A Brazilian Storm — "tempestade brasileira", em inglês — amplia o domínio.

Após vencer o compatriota Peterson Crisanto na bateria de oitavas de final, Ítalo já sabia que bastava não ser superado por Medina para conquistar o inédito título. Mas a cada etapa que o potiguar superava, o paulista se igualava. Foi assim quando o paulista venceu Caio Ibelli — de forma controversa, ao cometer uma infração intencional (e legal) para eliminar o compatriota.

Nas quartas de final, Ítalo derrubou Yago Dora. Medina venceu o duelo de bicampeões mundiais sobre o havaiano John John Florence. Nas semifinais, Ítalo seguiu no sonho pelo primeiro título do Circuito ao vencer o norte-americano Kelly Slater, que já tem 11 troféus deste tipo. E Medina marcou o confronto decisivo ao derrotar Griffin Colapinto.

Parecia que a história tinha de acontecer. Uma bateria final que decidisse tudo. Quem pegasse o conjunto de duas ondas melhores, levava o caneco. A pequena Baía Formosa, de menos de 9 mil habitantes, tem agora um ídolo campeão mundial: Ítalo Ferreira.