Trabalho de mestre

01:30 | Out. 04, 2019

(foto: Alex Gomes/ Especial para O POVO)

A rápida adaptação de Dadinho ao surfe deve-se muito à experiência que Gustavinho já tinha com trabalhos inclusivos. Ele é um dos idealizadores do projeto "Amar é Vida", que acolhe amputados, bilaterais, tetraplégicos, downs e até pessoas com paralisia cerebral.

O embrião do projeto nasceu em 1995, quando o bodyboarder resolveu encorajar um amigo cadeirante a entrar no mar. "O Felipe era um cara que morava no nosso condomínio e sempre ia pra praia com a gente, não precisava da ajuda de terceiros, era muito independente. Um dia perguntamos por que ele também não pegava ondas e a resposta foi: 'Será que dá certo?'. Daí a gente foi colocando ele na água, dando uns toques, passando fundamentos e chegou num certo ponto que ele era um dos melhores na água", lembra.

Depois disso, outras pessoas foram indicando amigos e conhecidos com problemas físicos e, na medida do possível, Gustavinho apresentava o surfe. Assim foi construída a base para o "Amar é Vida", que nasceria dez anos depois.

Já dono de escolinha de surf e cursando educação física há três anos, duas colegas de Luiz Gustavo propuseram a ele criar um projeto social. A ideia delas era trabalhar com crianças. "Falei que com crianças seríamos mais um, então propus trabalhar com pessoas que tivessem limitações físicas. Elas se interessaram a gente começou a trabalhar", conta.

O "Amar é Vida" atende hoje 12 pessoas, com os mais diversos tipos de problemas físicos, entre 8 e 45 anos, nas terças e quintas-feiras. As aulas são agendadas e quando a demanda é muito grande, Gustavinho precisa pagar do próprio bolso para algum instrutor ajudá-lo.

Para o bodyboarder, nenhum outro esporte é capaz de ajudar pessoas com limitações físicas tanto quanto o surfe. O segredo, para ele, está na movimentação. "O surfe tem variáveis, interação, pessoas que passam a todo momento, então a todo instante é um ambiente diferente, você tem que se movimentar toda hora".