Barreiras cotidianas
Obstáculos | Pessoas com deficiência precisam driblar problemas para praticar esportes
01:30 | Out. 04, 2019
O incentivo é o primeiro passo para o início da prática esportiva. O exemplo, uma recomendação ou até mesmo a admiração costumam ser o "start" para que uma pessoa decida se mover e buscar a atividade física que mais lhe convém.
Esse processo muitas vezes não é rápido ou fácil até mesmo para pessoas que não convivem com deficiências. Para os que possuem, no entanto, ingressar no mundo esportivo pode ser um desafio a mais.
Cláudio Amora é triatleta há seis anos anos e ainda hoje sente dificuldades para treinar nas ruas de Fortaleza. Ele corre com muletas e sente o impacto de uma infraestrutura comprometida. "O asfalto deixa a desejar, tem imperfeições, buracos e isso acaba fazendo com que eu force muito o ombro".
Muitas vezes ele opta por usar as ciclofaixas para treinar, mas é arriscado, pois divide espaço com as bicicletas.
Com experiência em disputas de triatlo na Nova Zelândia, Inglaterra e Estados Unidos, ele compara os espaços públicos. "A estrutura desses lugares, especialmente onde são feitas as provas, é muito diferente, a gente não sente nenhuma dificuldade", garante.
A parte física é apenas um problema, de acordo com o presidente da Associação Cearense do Esporte Adaptado (Acea), Henrique Gurgel. Para ele, faltam mais políticas públicas para fomento do paradesporto é o que mais faz falta.
"Em Fortaleza não tem um programa específico de esporte adaptado, que ofereça profissionais capacitados para trabalhar com esse público e que seja abrangente", explica Henrique. Ele cita que na Rede Cuca existe um trabalho voltado nesse sentido, ressaltando que o enfoque do projeto é para jovens de entre 18 e 29 anos.
Ele alega que a pessoa não tem prazo para começar a praticar um esporte, por conta das diferenças entre eles e suas adaptações.