Roberto Jefferson conversa tranquilo com negociador da PF; vídeo
Coordenador de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jefferson teve prisão domiciliar revogada e atirou contra policiais que foram cumprir mandado
07:41 | Out. 24, 2022
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) foi preso na noite desse domingo, 23, após disparar tiros de fuzil e jogar granadas contra agentes da Polícia Federal (PF). Ele se entregou depois de horas de negociação e foi detido em flagrante por tentativa de assassinato.
Aliado e coordenador da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, Jefferson fez uma série de demandas para ser conduzido pela PF, inclusive a presença do ministro da Justiça, Anderson Torres. Mesmo após atirar e jogar granadas contra agentes federais, ele passou por horas de negociação antes de se entregar.
Um vídeo que vazou nas redes sociais na noite do domingo, porém, mostra que o clima na negociação era amigável. Nas imagens, Jefferson conversa calmamente com um agente da PF, que chega a rir em alguns momentos.
O ex-deputado descreve, no diálogo, o atentado contra os policiais. Em imagens divulgadas pelo próprio Jefferson na tarde de domingo, é possível ver uma poça de sangue ao lado da viatura que foi cumprir o mandado.
Na ação, dois agentes da PF ficaram feridos, e uma chegou a ser resgatada inconsciente. Ambos passam bem.
Mesmo com a ordem de prisão e o atentado contra colegas, no entanto, o policial no vídeo parece não ter pressa em deter o ex-deputado, a quem chama de "presidente". Ele chega a dizer, rindo, que os responsáveis pelo cumprimento do mandado eram agentes sem experiência de campo. Em outro momento, pontua: "o que o senhor precisar, a gente vai fazer".
Veja vídeo de Roberto Jefferson conversando com agente da PF
Roberto Jefferson preso: entenda o caso
Cacique do PTB, Jefferson foi preso em agosto de 2021 na investigação do chamado inquérito das fake news, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Em janeiro deste ano, ele teve a pena convertida em prisão domiciliar.
Condenado no escândalo do mensalão, o ex-deputado chegou a tentar candidatura à Presidência da República, que foi barrada pela Justiça Eleitoral. Jefferson é inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
Entre os termos da prisão domiciliar, estão a proibição de usar a internet e receber visitas ou conceder entrevistas sem autorização judicial. Teoricamente, Jefferson não poderia ter armas em casa: apesar de possuir registro como Caçador, Atirador ou Colecionador (CAC), a permissão deveria ter sido revogada quando ele foi preso.
Na sexta-feira, 21, Jefferson usou os perfis da filha, Cristiane Brasil, para publicar um vídeo com ameaças e ofensas à ministra Carmen Lúcia, do STF. A inteligência da PF também suspeitava que ele seguia tendo armamentos em casa.
O STF entendeu que ele havia violado o acordo de prisão domiciliar, e foi emitido um mandado para levá-lo de volta ao presídio comum. Agentes da PF tentaram cumprir a ordem na manhã desse domingo.
Ao chegarem na casa do ex-deputado, no RJ, porém, eles foram recebidos a tiros. Jefferson também jogou granadas contra os policiais, e publicou vídeo dizendo que não aceitaria ser preso e convocando "resistência" de seus aliados. Após horas de negociação, ele se entregou.
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