Bolsonaro diz que vai "passar a faixa" e "se recolher" caso não seja reeleito
Presidente admitiu que "perdeu a linha" em algumas declarações sobre a pandemia
12:35 | Set. 13, 2022
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira, 12, que pretende “passar a faixa” e “se recolher” caso seja derrotado nas presidenciais de 2022. Em entrevista ao podcast Collab, produção voltada para o público evangélico, o chefe do Executivo ainda disse que "perdeu a linha" em algumas declarações durante a pandemia da Covid-19.
“Se essa for a vontade de Deus, eu continuo (na Presidência). Se não for, a gente passa aí a faixa, e vou me recolher. Porque, com a minha idade, eu não tenho mais nada a fazer aqui na Terra se acabar essa minha passagem pela política aqui em 31 de dezembro do corrente ano”, disse.
A declaração de Bolsonaro contrapõe as falas de outras ocasiões. O político já havia afirmado, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que só aceitaria o resultados das eleições “limpas e transparentes", apesar de não explicar o que isso significa ou mesmo apresentar provas de fraude no processo eleitoral do País.
O chefe do Executivo é o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto para presidente nas eleições de 2022. De acordo com o Agregador de Pesquisas do O POVO, ferramenta que reúne os levantamentos eleitorais e as tendências de voto deste ano, o político tem 35%, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem 44%.
Na roda mais recente do Ipec, antigo Ibope, o petista lidera com 46%, dois pontos percentuais a mais que na semana passada, enquanto Jair permaneceu com os mesmos 31%. Ciro Gomes (PDT) vem na sequência com 7%, seguido de Simone Tebet (MDB), que tem 4%.
Ainda no podcast, Bolsonaro fez ‘mea culpa’ por declarações que deu durante a pandemia. Ele afirma que, sobre ter dito que não era "coveiro" ao ser questionado sobre mortes pela Covid-19, deu “deu uma aloprada” e “perdeu a linha” quando fez as afirmações. “Ai eu me arrependo. Eu parei de falar com a mídia porque o seguinte, os caras batiam na tecla o tempo todo e eu não percebo que queriam me tirar do sério. Aí quando começou... o cercadinho, pode ver, não é mais lá fora, é lá dentro, só com o povo”, acrescentou o político.