3ª dose da vacina: chefe da OMS critica ganância que prolonga a agonia do mundo

Necessidade de nova dose ainda não foi comprovada cientificamente

15:59 | Jul. 12, 2021

Grupo farmacêutico Pfizer/BioNTech defendeu injeção de uma terceira dose de sua vacina para torná-la mais eficaz (foto: Reuters/Michael Weber/Imago Imagens/Direitos reservados)

O chefe da OMS criticou a "ganância" de quem já pensa em uma terceira dose da vacina anti-Covid, cuja necessidade ainda não foi comprovada cientificamente, quando grande parte do mundo aguarda sua primeira vacina.

"Se a solidariedade não funcionar, há uma palavra para explicar o prolongamento da agonia deste mundo (...), e essa palavra é ganância", denunciou o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma longa declaração, cheia de raiva e apelos, após encontro habitual com a imprensa em Genebra.

"O abismo mundial no fornecimento de vacinas é irregular e desigual, alguns países, algumas regiões estão encomendando milhões de doses (...) quando outros não conseguiram vacinar seus profissionais de saúde e os membros mais frágeis de sua população", exclamou Tedros, que tem criticado frequentemente países e indústrias que assinam esses contratos.

O grupo farmacêutico Pfizer/BioNTech defendeu na sexta-feira a injeção de uma terceira dose de sua vacina para torná-la mais eficaz, já que a variante Delta, altamente contagiosa, causa surtos epidêmicos na Ásia e na África, e os casos aumentam novamente na Europa e nos Estados Unidos.

A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, disse nesta segunda-feira que "não há evidências científicas que sugiram a necessidade de uma injeção suplementar" além das doses iniciais previstas.