Com alta positividade de testes, UPAs da Capital têm leve crescimento em internações

Nas últimas seis semanas, mais de 4.400 testes RT-PCR foram realizados e quase 50% resultaram positivos. Ao mesmo tempo, média de internações aumentou 34%

17:22 | Dez. 08, 2020

FORTALEZA, CE, BRASIL, 07.12.2020: UPA do bairro Edson Queiroz. Movimentação nas UPAs. (Fotos: Fabio Lima/O POVO) (foto: Fabio Lima)

As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são portas de entrada na rede pública e, em Fortaleza, têm refletido a dinâmica e as demandas na pandemia de Covid-19. Entre a última semana de outubro e a primeira semana de dezembro, 10.284 pacientes com Síndrome Gripal foram atendidos em uma das nove unidades geridas pela organização social Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). Destes, 4.432 realizaram testes RT-PCR (swab), sendo que 2.239 foram positivos para o novo coronavírus - uma taxa de positividade de 48,97%.

Nesse mesmo período, as doze UPAs da Capital tiveram um leve crescimento nas internações por Covid-19. Entre os dias 25 e 31 de outubro, a média simples de ocupação diária nas UPAs era de 23 pacientes. Já entre 29 de novembro e 5 de dezembro, o número passou a ser de 31,14 internados. A diferença é equivalente a um aumento de 34%. Os dados são dados da plataforma IntegraSUS, atualizados às 9h19min de ontem, 8. De acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), “não foi observado aumento nos atendimentos relacionados à Covid-19” nas nove unidades sob gestão do ISGH.

O POVO circulou pelas unidades Edson Queiroz, Vila Velha e Praia do Futuro no início desta semana e encontrou um baixo movimento. Na manhã do último dia 7,  cerca de uma dezena de pessoas aguardava no lado externo da UPA Edson Queiroz, todas com demandas não relacionadas à pandemia. Nos bairros Vila Velha e Praia do Futuro a procura era ainda menor. Segundo informações do IntegraSUS, nessa data havia 28 pessoas internadas nas doze unidades de Fortaleza. A maioria (cinco pacientes) estavam na UPA do bairro Cristo Redentor. As unidades Bom Jardim, Itaperi e Praia do Futuro acolhiam quatro pacientes cada.

A reportagem pediu à Sesa entrevista com algum responsável pela administração dos locais a fim de compreender como tem sido a procura relacionada à doença, bem como a razão da alta positividade de testes. Entretanto, foi informada que não havia disponibilidade de agenda.

Pico da doença

Maio foi o momento em que as UPAs registraram o pico tanto de internações quanto de óbitos por Covid-19. No dia 17 daquele mês, as doze unidades de Fortaleza chegaram a ter, somadas, 408 pacientes internados em decorrência da doença. Em média, as equipes tiveram diariamente 171 pacientes internados com Covid-19. No mês, 462 pessoas morreram nas UPAs da Capital pelo novo coronavírus.

Rede pública

Em Fortaleza, 12 UPAs compõem a rede de urgência e emergência ao prestar atendimento adulto e pediátrico. Metade é de responsabilidade municipal e a outra, estadual. Do total, nove unidades são geridas pela organização social Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) - nos bairros Autran Nunes, Canindezinho, Conjunto Ceará, Cristo Redentor, Itaperi, Jangurussu, José Walter, Messejana e Praia do Futuro.