Mundo supera 40 milhões de contágios por coronavírus e Europa adota nova restrições

Em todo o planeta foram contabilizados 40.000.234 contágios desde o início da pandemia, segundo um balanço da AFP atualizado na manhã de segunda-feira.

09:05 | Out. 19, 2020

Um homem segura um cartaz em que se lê em alemão Seu Conselho Federal (Governo Suíço) por quanto tempo você pretende manter as mentiras, durante um protesto contra as novas medidas para conter a Covid-19, em frente à Câmara do Parlamento em 18 de outubro (foto: AFP)

O mundo superou 40 milhões de contágios por coronavírus nesta segunda-feira (19) e na Europa, que registra mais de 250.000 mortes e onde a segunda onda de infecções não cede, entraram em vigor novas restrições, que incluem um toque de recolher noturno na Bélgica e a obrigação do uso de máscaras em locais fechados na Suíça.

 

Em todo o planeta foram contabilizados 40.000.234 contágios desde o início da pandemia, segundo um balanço da AFP atualizado na manhã de segunda-feira. Nos últimos sete dias, 2,5 milhões de casos adicionais foram registrados, o maior número semanal desde o início da pandemia.

 

Mais da metade dos casos foram registrados nos Estados Unidos (8.154.935), na Índia (7.550.273) e no Brasil (5.235.344).

 

A pandemia provocou mais de 1,1 milhão de mortes. Somente na semana passada, a Europa registrou mais de 8.000 óbitos provocados pela Covid-19.

 

A partir desta segunda-feira, os cafés e restaurantes da Bélgica permanecerão fechados durante quatro semanas para tentar frear o aumento de contágios. O país, de 11,5 milhões de habitantes, tem 192.000 casos e mais de 10.000 mortes, com uma das maiores taxas de letalidade por Covid-19 do planeta: 90 falecidos para cada 100.000 habitantes.

 

"Não nos sentimos levados em consideração e sinto uma dor no coração (...) Não aguento mais", disse Angelo Bussi, proprietário de um restaurante em Bruxelas no domingo à noite, quando recebeu os seus últimos clientes. Os fechamentos são acompanhados por um toque de recolher entre meia-noite e 5h00.

 

Na Suíça, até agora relativamente pouco afetada, as infecções aumentaram 146% na semana passada e a máscara será obrigatória a partir de agora em locais públicos fechados, como aeroportos ou estações ferroviárias. Novas restrições serão aplicadas, como a proibição de reuniões públicas de mais de 15 pessoas.

 

A Itália também anunciou restrições a partir desta segunda-feira em bares e restaurantes, atividades esportivas ou feiras populares, muito frequentes no país.

 

"Não podemos perder tempo", afirmou o primeiro-ministro Guiseppe Conte.

 

O país parecia livre da aceleração da segunda onda de infecções, mas desde o início do mês registra uma alta importante dos contágios.

 

Em Varsóvia (Polônia), o grande estádio nacional de futebol será transformado em um hospital para pacientes de Covid-19.

 

Na América Latina, a região do mundo mais afetada pelo coronavírus, com 380.000 mortes, a Bolívia organizou eleições presidenciais com relativa normalidade no domingo, assim como o México, com votações nos estados de Hidalgo (centro) e Coahuila (nordeste).

 

A Venezuela anunciou a reabertura das praias e hotéis, fechados para a população desde março. A partir desta segunda-feira, "no campo dos setores comerciais associados ao turismo (...) vamos flexibilizar pousadas e hotéis, praias e balneários", anunciou o presidente Nicolás Maduro.

 

Na Austrália, as autoridades começaram a flexibilizar o longo confinamento e permitiram que os cinco milhões de habitantes de Melbourne saíssem de suas casas durante mais de duas horas por dia pela primeira vez desde julho.

 

"Não estou fazendo o que é popular, estou fazendo o que é seguro, porque não queremos voltar a isto de novo", disse Daniel Andrews, primeiro-ministro do estado de Victoria, que inclui Melbourne.

 

Em Israel, os cidadãos já podem se afastar por mais de um quilômetro de suas casas e os jardins de infância, praias e parques nacionais foram reabertos.

 

O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, um dos palestinos mais conhecidos no exterior por ter participado em várias negociações de paz, está em condição "crítica" depois de contrair o novo coronavírus.

 

Na Arábia Saudita as restrições também foram flexibilizadas e os fiéis retornaram ao local mais sagrado do islã, a Grande Mesquita de Meca, pela primeira vez em sete meses.

 

Na frente econômica, o crescimento da China acelerou no terceiro trimestre do ano, quando o PIB do país avançou 4,9%, de acordo com os dados oficiais publicados nesta segunda-feira.

 

O país asiático é o primeiro a país a recuperar a atividade econômica, graças a um "confinamento estrito, testes de detecção em larga escala e o acompanhamento dos casos de contato", afirmou à AFP o analista Ting Lu, do banco de investimentos Nomura.

 

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta segunda-feira que é "crucial" para a recuperação da zona do euro que o plano de estímulo europeu, dotado de 750 bilhões de euros, tenha sucesso e cumpra com os prazos previstos, para não desperdiçar uma "oportunidade histórica" de mudar as coisas.