Com estudo global, OMS conclui que remdesivir e hidroxicloroquina não têm eficácia para tratamento de Covid-19

O estudo foi conduzido em seis meses e envolveu mais de 11 mil pacientes de 405 hospitais em 30 países

09:09 | Out. 16, 2020

Mulher recebeu a técnica realizada com a hidroxicoloroquina, medicamento ineficaz contra o coronavírus que pode gerar reações adversas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). (foto: Yuri Cortez/AFP)

Após um estudo global com mais de 11 mil pacientes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que o antiviral remdesivir e a hidroxicloroquina, além de outros dois virais, tiveram poucos ou nenhum efeito no tratamento de Covid-19. Foi constatado, na pesquisa, que não houve mudanças quanto ao tempo de internação ou chances de sobrevivência.

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Os quatro medicamentos são o remdesivir, a hidroxicloroquina e a combinação dos medicamentos lopinavir/ritonavir e interferon (utilizada para o tratamento do HIV), usados em mais de 11 mil pessoas adultas em 30 países. O estudo, que foi feito em seis meses e envolveu 450 hospitais, apontou resultados com pouco ou nenhum efeito na redução de mortalidade em 28 dias ou na duração do tratamento hospitalar entre pacientes internados, como ressaltou a OMS nesta quinta-feira, 15.

2.750 pacientes receberam remdesivir, 954 hidroxicloroquina, 1.411 lopinavir, 651 interferon mais lopinavir, 1.412 apenas interferon e 4.088 não receberam o medicamento de estudo. "Nenhum medicamento de estudo definitivamente reduziu a mortalidade (em pacientes não ventilados ou em qualquer outro subgrupo de características de entrada), início da ventilação ou duração da hospitalização", apontou a pesquisa.

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A conclusão da pesquisa e os dados ainda precisam ser revisados por outros médicos antes de serem publicados em uma revista ou jornal científico. Entretanto, o artigo já pode ser acessado na plataforma MedRxiv.

O remdesivir foi dos medicamentos que teria sido usado para tratar o presidente norte-americano, Donald Trump, após sua infecção pelo coronavírus. Já a hidroxicloroquina vinha sendo amplamente defendida pela presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.