Covid-19: comportamento de jovens impulsiona novos surtos na Europa, diz OMS

O diretor regional da Europa para a Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, afirmou que o aumento de infecções entre jovens pode estar provocando picos recentes de casos em todo o continente. Ao programa Today da Rádio 4 da BBC News, ele disse que as autoridades precisam se comunicar melhor com os mais jovens.

"Um número crescente de países está passando por surtos localizados e um ressurgimento de casos. O que sabemos é que isso é uma consequência da mudança no comportamento humano", declarou Kluge.

Semanas após os bloqueios começarem a ser amenizados em todo o continente europeu, novas infecções aumentaram em algumas áreas. Por isso, governos pediram mais cautela, além de adotar novas medidas para conter a disseminação do vírus, conforme a BBC News.

O diretor revelou que relatórios recebidos apontam uma proporção maior de novas infecções entre jovens. "Então, para mim, é o suficiente para repensarmos a melhor maneira de envolver os jovens", alertou.

Kluge disse que, como pai de duas filhas, entende que os jovens "não queiram perder o verão". Mas ele acrescentou que as responsabilidades da juventude incluem, para além de si mesmos, seus pais, avós e comunidades.

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Novo pico na Europa

Na terça-feira, 28, o Senado italiano votou pela extensão do estado de emergência. O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, disse que as infecções estão aumentando em países vizinhos — incluindo França, Espanha e Bálcãs — e pediu uma vigilância extra para impedir que o vírus volte.

O chefe da agência de saúde pública da Alemanha também disse que está "muito preocupado" com o aumento de infecções. Lothar Wieler, chefe do Instituto Robert Koch (RKI), disse que os alemães haviam se tornado "negligentes" e pediu às pessoas que usassem máscaras faciais e respeitassem as regras sociais de distanciamento e higiene.

Medidas de alerta

A Alemanha resistiu bem ao surto inicial, mas, na semana passada, registrou 3.611 novas infecções. A Grécia — que também resistiu bem nos primeiros meses da pandemia — afirmou estar tornando as máscaras obrigatórias novamente em lojas e serviços públicos após um aumento recente de infecções.

O ministro da Saúde da França, Olivier Véran, declarou que queria evitar outro lockdown e pediu às pessoas que "não baixem a guarda".

No Reino Unido, a súbita decisão do governo de impor uma quarentena de 14 dias aos viajantes que chegam da Espanha atrapalhou os planos de férias de milhares de pessoas. A Espanha criticou a medida como "injusta", afirmando que o aumento de novas infecções por lá se limita em grande parte a apenas duas regiões.