IBGE: Pandemia impediu que 1,2 milhão de desempregados no Ceará procurassem por emprego em junho

Do total de indivíduos sem ocupação, 29,7% afirmaram que não buscaram por vínculo empregatício por causa da crise sanitária e financeira que o Estado vive

15:12 | Jul. 23, 2020

O resultado ficou dentro das expectativas (foto: Barbara Moira)

A pandemia provocada pelo novo coronavírus impediu que 1,2 milhão de desempregados no Ceará procurassem por um vínculo empregatício em junho, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad- Covid-19), divulgados nesta quinta-feira, 23. O levantamento, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta ainda que 3,9 milhões de pessoas no Estado estavam fora da força de trabalho nesse mês. 

Desse total de indivíduos desempregados, 42% alegaram apenas que não procuraram trabalho, mas que gostariam de encontrar ocupação. Uma outra parcela, correspondente a cerca de 29,7% do todo (1,2 milhão), justificou como motivo principal da não procura por vínculo empregatício a pandemia ou a escassez de emprego na região, o que pode ainda ser consequência da crise sanitária.

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No mesmo período, somente três milhões de pessoas estavam empregadas no Ceará. O número representa apenas 40,9% do total de indivíduos no Estado em idade para trabalhar, parcela que se encontra em cerca de sete milhões atualmente.

Informalidade e ausência de remuneração

O levantamento também apontou que cerca de três milhões de trabalhadores trabalhavam na informalidade no mês de junho, sendo eles aqueles empregados do setor privado sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregados que não contribuem para o INSS, trabalhadores por conta própria, entre outros.

Os indivíduos no Ceará que trabalhavam com carteira mas que paralisaram as atividades devido a pandemia, também foram prejudicados. Conforme pesquisa, 397 mil desses trabalhadores ficaram sem remuneração em junho, número que corresponde a 13,2% da população ocupada do Estado.

O estudo mostrou também que 744 mil pessoas na região estavam afastadas de seu trabalho nesse período, tendo 640 mil delas justificado o afastamento como consequência do distanciamento social. Para sustento, a pesquisa apontou que em 62,2% dos domicílios cearenses alguém recebeu algum tipo de recurso financeiro, como auxílio emergencial ou seguro-desemprego.