Pesquisadores descobrem anticorpo que pode ajudar a desenvolver tratamento para o coronavírus

Apesar disso, ainda é necessária muita pesquisa para saber se esse anticorpo consegue proteger ou reduzir os efeitos da doença em seres humanos

18:44 | Mai. 04, 2020

Apesar de animadora, descoberta ainda precisa ser testada em organismos humanos (foto: KARIM SAHIB / AFP)

A descoberta de um anticorpo completamente humano que impede o vírus Sars-CoV-2, o novo coronavírus, de infectar células em culturas cultivadas pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos para a Covid-19. O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Utrecht, do Erasmus Medical Center e do Harbor BioMed, foi publicada na Nature Communications desta segunda-feira, 4. As informações são do site Galileu.

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De acordo com os pesquisadores, foram observados anticorpos que já combatiam o Sars-CoV, causador da Sars, que surgiu na China em 2002. A partir do estudo foi descoberto que um desses anticorpos também pode neutralizar, em culturas celulares, a infecção por Sars-CoV-2, causador do novo coronavírus.

“Esse anticorpo neutralizante tem potencial para alterar o curso da infecção no hospedeiro infectado, apoiar a eliminação do vírus ou proteger um indivíduo não infectado que é exposto ao vírus", afirmou Berend-Jan Bosch, líder da pesquisa.

Por meio do resultado foi observado que esse anticorpo se liga a uma propriedade presentes tanto no Sars-CoV quanto no Sars-CoV-2, o que pode significar a neutralização nos dois micro-organismos. "Esse recurso de neutralização cruzada do anticorpo é muito interessante e sugere que ele pode ter potencial na mitigação de doenças causadas por coronavírus — potencialmente emergentes no futuro", afirma Bosch.

Apesar disso, ainda é necessário muita pesquisa para saber se esse anticorpo consegue proteger ou reduzir os efeitos da doença em seres humanos. “Acreditamos que nossa tecnologia pode contribuir para atender a essa necessidade de saúde pública mais urgente e estamos buscando várias outras vias de pesquisa", disse Jingsong Wang, um dos pesquisadores.