Apenas metade das superfícies que limpamos estão livres de bactérias e germes, revela estudo

Diante da pandemia de coronavírus, os pesquisadores chamaram atenção para a limpeza adequada e a desinfecção das superfícies de uso mais intenso

12:39 | Abr. 08, 2020

Operação de higienização dos ônibus por prevenção ao coronavírus. Terminal do Papicu. (Foto: Beatriz Boblitz/ O POVO) (foto: BEATRIZ BOBLITZ)

Estudo desenvolvido pela Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, concluiu que mesmo com esforços organizados, apenas metade das superfícies que limpamos ficam livres de bactérias e germes. Para o trabalho, o autor da pesquisa, Jason Stull, avaliou quase 5 mil superfícies de uma clínica veterinária de pequenos animais. Em média, 50% delas foram limpas, com amplas variações por tipo de superfície e localização do hospital. As superfícies de toque humano eram as menos propensas a serem limpas, revela o estudo.

O desenvolvimento do estudo ocorreu durante cinco semanas e meia. Os pesquisadores marcaram superfícies da clínica veterinária diariamente, utilizando um corante fluorescente visível apenas sob luz negra. Eles checaram as superfícies marcadas 24 horas depois para ver se as marcas estavam aparecendo. As superfícies eram consideradas limpas se o corante fosse completamente removido.

Conforme observaram no decorrer da pesquisa, apenas metade de todas as superfícies foram adequadamente limpas. Os pesquisadores notaram que as áreas de toque humano - como instrumentos médicos, alças para cães e utensílios de computador - eram limpas com menor frequência do que as áreas tocadas principalmente por animais. Os resultados foram semelhantes aos estudos de outras clínicas veterinárias.

Superfícies devem ser desinfectadas com maior frequência

Diante da pandemia de coronavírus, os pesquisadores chamaram atenção para a limpeza adequada e a desinfecção das superfícies de uso mais intenso. Um estudo recente, eles citam, concluiu que o vírus da Covid-19 tem a capacidade de sobreviver em certos tipos de superfícies por horas e até mesmo alguns dias "O conceito de doenças infecciosas está sempre presente, mas agora é mais importante do que nunca tomar medidas para nos proteger", disse Jason Stull , que é professor assistente de medicina preventiva veterinária da Universidade Estadual de Ohio.

Segundo Stull, dentro de casa, as pessoas devem se concentrar na limpeza de áreas utilizadas com mais frequência, como maçanetas e bancadas, por exemplo. “Apesar dos nossos esforços, é improvável que ocorra 100% de limpeza e desinfecção”, destaca o pesquisador. Ele recomenda que as pessoas, independentemente de onde estiverem, sigam as recomendações para limpar as mãos e os itens que manusearam.

“A parte difícil é continuar esses esforços. Quando chegarmos ao final disso, você provavelmente verá as pessoas voltarem à sua normalidade”, comenta o autor do estudo, Jason Stull. Segundo ele, é importante que haja uma mudança de cultura, para que as pessoas reconheçam que o controle de infecções através da lavagem das mãos e limpeza completa de superfícies compartilhadas, é uma medida de impacto mensurável.