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Brancaleone

01:30 | 13/06/2019

O futebol anda tão nivelado que não é estranho nessa Série A nacional uma equipe de um estado menor vencer um desses grandes de Rio ou São Paulo. Geralmente os pequenos ficam trancados na defesa a espera de uma bola para o gol da vitória.

Quem viu o Vasco em São Januário, na semana passada, contra o Internacional, deve estar achando o futebol o mais injusto dos esportes coletivos. O Vasco mal pegou na bola. Só dava Inter, que passava a ideia que poderia ganhar no momento que bem entendesse.

Era tamanho o domínio do adversário que o Vasco ficou correndo atrás da bola. E o locutor dizendo que o Vasco precisava aprender a sofrer. Ora! O clube caiu de divisão duas vezes nos últimos anos e aparece alguém dizendo que o Vasco precisa aprender a sofrer.

O locutor deve ter lá suas razões. Conforme canta o poeta vascaíno e príncipe do samba, Paulinho da Viola, a razão está sempre com dois lados. E o Vasco marcou, marcou e marcou. No finalzinho do primeiro tempo a defesa do Inter vacilou e o Vasco foi ao vestiário com dois gols de vantagem.

No segundo tempo a pressão aumentou. O Inter veio para cima e o Vasco se fechou. Jogo de ataque x defesa. Cada vez que um vascaíno dava um chutão para frente e afastava a bola para o mais longe possível de sua área a torcida ia ao delírio.

Sempre que vejo uma equipe acuada torcendo para que o jogo se acabe recordo o Incrível Exército de Brancaleone. Um divertido clássico do cinema italiano, no qual Brancaleone lidera um pequeno e desastrado exército perambulando pela Europa da Idade Média em busca de um feudo.

A tática de Brancaleone contra-atacar é igual à do futebol. Ficam todos juntinhos do jeito que podem, se livrando das investidas do adversário e de vez em quando um escapa para dar uma ferroada no inimigo. Vez por outra um ataque bem sucedido e retomam-se as posições.

Dominado durante toda a partida, o Vasco terminou vencendo por 2 a 1. O futebol permite isso. Uma partida pode ser decidida de várias maneiras e nem sempre o melhor vence. Quando isso acontecia, o falecido técnico Gentil Cardoso dizia: "Deu zebra".

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