A Copa do Nordeste é do Fortaleza. É campeão. Venceu o Botafogo-PB, em João Pessoa, por 1 a 0. Não sei por que me veio à mente a figura de um professor de Legislação Esportiva que criou o curso de Educação Física da Unifor.

José Eduardo Barreira explicava a diferença entre copa e campeonato. A copa é uma competição de curta duração onde nem todos os concorrentes se enfrentam. O campeonato é uma disputa de longa duração onde todos se enfrentam.

Segundo o professor, o campeonato é a mais justa das competições porque todos jogam entre si no turno e no returno com um jogo dentro de casa e o outro fora. É o caso dos campeonatos nacionais das séries A e B. As atuais séries C e D deixariam o professor numa sinuca.

As séries C e D obedecem a um sistema de disputa com jogos classificatórios e eliminatórios, ou seja, a partir de um determinado momento uma equipe que atravessou toda a fase classificatória invicta pode ser eliminada num dia em que não repetiu suas boas atuações.

O Fortaleza já viveu um drama desse tipo. Passou não sei quantos anos na série C e em todos eles fazia uma excelente campanha na fase de classificação. Quando chegavam os jogos eliminatórios, de ida e volta, perdia uma das partidas. Ponto para o professor.

Um parêntesis, caro leitor, a ingratidão e a injustiça estão instalados na própria essência do futebol. O técnico Marcelo Chamusca fazia uma campanha admirável no comando técnico do Fortaleza e perdeu um jogo. Foi demitido e pregaram um cartaz na sua testa: É um azarado!

A mídia esportiva defende as copas por conta do caráter decisivo das partidas eliminatórias. Sabem que as decisões motivam os torcedores, antes, durante e depois dos jogos, atraindo a audiência enquanto que os campeonatos, às vezes, são decididos com antecedência.

O Fortaleza disputa, simultaneamente, duas copas e um campeonato. Ontem à noite decidiu a Copa do Nordeste. Como tem mais time que o Botafogo-PB, não deixou que um dos dizeres do já falecido professor prosperasse. Muitas vezes, numa copa nem sempre o melhor é o vencedor. Deu a lógica no Nordestão.