Haja Coração!
Quando o goleiro do Fortaleza avança com a bola dominada até a sua intermediária, os zagueiros abrem para as laterais formando com o próprio goleiro uma linha de três e os dois volantes aparecem pelo meio para facilitar a transição da bola os corações tricolores ficam em polvorosa.
Até entendo essa taquicardia porque um passe errado nessa situação com o goleiro fora da meta o gol é quase certo. Por outro lado é uma proposta ousada de manter a posse de bola que levanta a moral dos jogadores e psicologicamente é favorável.
Essa tem sido uma estratégia do Fortaleza, e, não tenho dúvidas, marca registrada pelo Rogério Ceni. Sua história vitoriosa como jogador tem muito a ver com isso. Lembro que na Copa do Mundo de 2014 o mundo todo babava porque o goleiro alemão jogava com os pés.
Ora! Desde o inÃcio do século o Rogério Ceni já fazia isso. E ia além. Fazia com os pés a cobertura dos zagueiros e depois saia jogando com passes longos em direção as laterais do campo. Pênalti ou falta a favor do São Paulo. Ele corria para bater. Fez 132 gols em sua carreira.
Natural que como técnico de uma equipe não vá esperar que o goleiro do seu time fique parado dentro da meta se limitando a pegar bolas com as mãos. Foi pensando nessa manobra tática que ele contratou o goleiro Felipe Alves que sabe jogar muito bem com os pés.
E o goleiro curte tanto jogar com os pés que outro dia o vendo jogar percebi que estava se divertindo. Passava a bola ora com a parte interna do pé, ora com a parte externa do pé, e, em cada passe, aplicava um efeito na bola que saia girando sobre seu próprio eixo.
Diferente dos times considerados inferiores que ficam na retranca o tempo todo esperando uma bola para vencer por um a zero, esta manobra ofensiva utilizada contra todas as equipes traz na sua proposta recado muito claro: Estamos aqui para ganhar o jogo.
Portanto, tricolores cardÃacos, se acalmem. Vi o jogo contra a Chapecoense com um deles. O Ataliba colocou recentemente uma ponte de safena e uma mamária. Toda vez que o Felipe Alves saia da meta e ia trocar passes com os dois zagueiros ele falava:Volta! Volta! Haja Coração.