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Produção de petróleo volta a crescer no litoral cearense

00:00 | 03/03/2019

A produção de petróleo no mar (offshore) voltou a crescer no Estado em 2018, totalizando 1,63 milhão de barris. O número é 1,7% maior que o observado em 2017, quando foram contabilizados 1,61 milhão de barris nos campos cearenses operados pela Petrobras. Entre as oito unidades produtoras do País, apenas Ceará e Rio de Janeiro fecharam o ano com saldo positivo. Nas demais (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe), houve retração. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Por outro lado, a produção de petróleo em terra (onshore) acompanhou a tendência nacional e caiu pelo segundo ano consecutivo no Estado, indo de 463,6 mil barris, em 2017, para 397,6 mil barris no ano passado, uma retração de 14,2%. A ANP registrou saldo negativo em todos os estados onde existe exploração da Petrobras, sendo os maiores recuos em Sergipe (-26,2%), Alagoas (-18,4%) e Rio Grande do Norte (-15,6%).

Cada barril equivale a cerca de 159 litros. No Ceará, a exploração petrolífera no mar ocorre nas bacias de Atum, Espada, Xaréu e Curimã, no Litoral do município de Paracuru. Já a produção em terra é feita na Fazenda Belém, localizada no município de Icapuí.

Mesmo tendo registrado avanço de 1,7% na produção offshore em 2018, o volume de petróleo extraído no Litoral cearense vem diminuindo ao longo dos últimos anos. Em 2001, por exemplo, foram 4,16 milhões de barris, maior número da série histórica disponibilizada pela ANP a partir de 2000. A retração está ligada ao amadurecimento dos poços, explica Bruno Iughetti, consultor na área de petróleo e gás.

"Apesar desse amadurecimento, eles ainda são produtivos. A extração continua financeiramente atrativa para a Petrobras, pois a empresa vem conseguindo manter a média de produção nessas bacias. Diferentemente dos poços em terra, que já chegaram a um nível de maturação muito alto. O volume explorado tem caído muito em todos os estados, por isso, a tendência é que a Petrobras venda esses poços para empresas menores", diz.

Em 2016, o Sindicato dos Petroleiros dos Estados do Ceará e Piauí (Sindipetro CE/PI) informou que a Petrobras venderia nove plataformas situadas no Litoral do Estado, como parte do programa de desinvestimento da estatal, algo que não ocorreu. "A venda, neste momento, não interessa à companhia. O que a Petrobras quer fazer agora é partir para novas explorações geológicas a fim de recompor suas produção offshore, não só no Ceará como em outros estados. Quanto aos poços já existentes, a tendência é que ela continue mantendo a produção", analisa.

Raone Saraiva