Era quase Ano Novo

Já não te tinha mais, não te queria mais, não nos pertencíamos mais, não nos falávamos, não nos sabíamos mais.

Já não tinha mais notícias, não tinha mais curtida, nada de visualizações. Não tinha mais café, o chá esfriou e você não apareceu.

Não tinha mais carícia, nem tinha mais desejo. Era quase fim do ano.

Ouvia-se o tilintar de sinos ecoando canções de Natal. Estávamos ausentes, distantes, e não sabíamos onde. Apostamos as fichas no que viria após.

Enquanto relembrava tudo isso, resolvi ligar o pisca-pisca, trazer luz para o quarto. Deitei-me e fiquei recordando os nossos encontros, os roçares de perna, a mão espalmada nas costas e o nosso entrelaçar de corpos. Ah como eu queria que tivéssemos vivido mais uma na outra. Entretanto, duramos apenas aqueles meses de fim de ano, depois seguimos separadas. Não tínhamos mais tempo e o depois veio, mas sem você.