Ex-Fluminense, Mario Pineida é assassinado junto à esposa em Guayaquil-EQU
Presidente do Barcelona de Guayaquil revelou que o jogador pediu proteção especial por estar recebendo ameaças de morte
20:19 | Dez. 17, 2025
O lateral-esquerdo equatoriano Mario Pineida, de 33 anos, foi assassinado nessa quarta-feira, 17, em Guayaquil, no Equador. O Barcelona de Guayaquil, onde ele atuava, lamentou a morte de Pineida em um comunicado nas redes sociais. O jogador atuou também no Fluminense em 2022, por empréstimo.
Segundo a polícia local, dois homens em motocicletas abriram fogo na tarde dessa quarta-feira, 17. Pineida, de 33 anos, e sua esposa não resistiram e morreram no local. A mãe do jogador, que também estava com o casal, ficou ferida. Entretanto, não há informações sobre seu atual estado de saúde.
Nas redes sociais, o Fluminense lamentou a morte do atleta e de sua esposa, e prestou solidariedade aos familiares e amigos. "Pineida chegou ao Tricolor no início da temporada em que nos sagramos juntos campeões cariocas. O Fluminense manifesta solidariedade aos familiares e amigos", publicou o Tricolor das Laranjeiras.
Crime premeditado
Horas antes do acontecimento, o presidente do Barcelona de Guayaquil, Antonio Álvarez, revelou que o jogador pediu proteção especial, por estar recebendo ameaças de morte. O elenco do clube, aliás, não treinou nessa quarta-feira em protesto aos quatro meses de salários atrasados.
Além de sua passagem pelo Barcelona SC, Pineida jogou pelo Independiente del Valle, El Nacional e Fluminense no Brasil. Além disso, foi para a seleção nacional em diversas ocasiões. Conhecido por sua presença física e solidez na lateral esquerda, fez parte do time do Barcelona que conquistou os títulos do Campeonato Equatoriano em 2016 e 2020, e a Copa do Equador com o El Nacional em 2024.
O defensor, aliás, chegou ao Fluminense por empréstimo, pelo Barcelona. Afinal, foram 24 jogos entre Sul-americana, Libertadores, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Campeonato Carioca. Ele fez uma assistência neste período.
Onda de violência no futebol equatoriano
O lamentável assassinato de Pineida não é um caso isolado, mas sim a quarta morte de um jogador profissional equatoriano em 2025.
Em setembro de 2025, o meio-campista Jonathan González, de 31 anos, foi assassinado em casa, na região litorânea de Esmeraldas, na fronteira do Equador com a Colômbia. Segundo relatos, homens em motocicletas o executaram após ele se recusar a manipular uma partida.
Conhecido como “Speedy”, o jogador defendia o 22 de Julio, da Segunda Divisão equatoriana. “Era saudável e morreu por causa das apostas”, disse Oswaldo Batallas, dirigente do clube, à AFP.
Pessoas próximas afirmam que, nove dias antes do crime, máfias ligadas a apostas online exigiram que González entregasse um jogo, que terminou empatado. No mesmo mês, Maicol Valencia e Leandro Yépez, do Exapromo Costa, também foram mortos.
Um relatório da ONU alerta para a infiltração do crime organizado no futebol e em outros esportes, usados para lavagem de dinheiro. As apostas ilícitas ligadas a máfias movimentam até US$ 1,7 trilhão por ano no mundo.