São Paulo encerra 2025 com ataque travado e vive ano de frustrações no setor ofensivo
Artilheiros lesionados, reforços pouco eficazes e irregularidade técnica derrubam produtividade ofensiva tricolor no ano
07:08 | Dez. 11, 2025
A temporada de 2025 ficará marcada como uma das mais decepcionantes para o São Paulo nos últimos anos. Além das eliminações dolorosas, o desempenho ofensivo colocou o clube em um cenário raro e preocupante. Afinal, foram apenas 79 gols em 66 partidas, índice que se coloca como o terceiro pior do século 21, atrás apenas de 2018 e do traumático 2019, quando a equipe balançou as redes somente 56 vezes.
Ao longo do ano, o Tricolor conviveu com uma sucessão de problemas que atingiram diretamente seu setor mais vulnerável: o ataque. Lesões em série, contratações que não renderam o esperado e desempenhos individuais abaixo da média criaram um ambiente de pouca confiança e baixa capacidade de decisão.
Centroavantes eliminados por contusões
A situação ficou mais dramática com as graves lesões que tiraram de combate todos os centroavantes do elenco. Calleri, referência técnica, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. O jovem Ryan Francisco sofreu lesão semelhante, incluindo também o menisco. Por fim, André Silva teve um problema no ligamento cruzado posterior e outro no cruzado anterior do joelho direito.
Apesar do longo tempo fora, André Silva ainda encerrou o ano como vice-artilheiro, com 14 gols, o que evidencia ainda mais o tamanho do buraco deixado por sua ausência.
Lucas Moura também enfrentou um calvário. Afinal, em março, ele lesionou a cápsula posterior do joelho direito. No segundo semestre, precisou realizar uma artroscopia para retirar uma fibrose que o incomodava, e em novembro voltou a sentir dores na região, prolongando seu afastamento.
Contratações do São Paulo pouco ajudaram
Com o setor ofensivo desfalcado, a diretoria buscou alternativas no mercado, mas as escolhas não surtiram efeito. Gonzalo Tapia, Juan Dinenno e Emiliano Rigoni foram contratados com urgência, mas tiveram impacto mínimo. Juntos, marcaram apenas sete gols, cinco deles de Tapia, o único com algum brilho pontual.
Entre os jogadores que estiveram mais tempo disponíveis, o rendimento também oscilou. Luciano terminou como o artilheiro da equipe, com 16 gols,. Contudo, ficou marcado pelos erros decisivos, especialmente nas quartas de final da Libertadores, diante da LDU, quando o São Paulo perdeu oportunidades claras antes da eliminação. Ferreirinha, por sua vez, oscilou entre boas atuações e jogos apagados, encerrando a temporada com oito gols.
O ataque do São Paulo nos últimos 10 anos
2025: 79 gols
2024: 94
2023: 92
2022: 119
2021: 113
2020: 98
2019: 56
2018: 74
2017: 93
2016: 85
2015: 107
Mesmo em temporadas de instabilidade, o São Paulo preservava ao menos um desempenho ofensivo competitivo. Em 2025, porém, a falta de continuidade dos atacantes, as escolhas pouco assertivas no mercado e a ausência de uma peça capaz de liderar o setor expuseram um problema estrutural.
Assim, o clube inicia 2026 pressionado por respostas. Com a expectativa de recuperar atletas lesionados, revisar estratégias e reforçar pontualmente o elenco, o São Paulo tenta reencontrar o equilíbrio ofensivo que o tornou protagonista em outros ciclos.
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