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Palocci diz estar disposto a revelar 'nomes e operações'

2017-04-21 01:30:00
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Em processo inicial de negociação de um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal, o ex-ministro Antonio Palocci ofereceu ao juiz Sergio Moro “um caminho” que fará “bem ao Brasil” com informações de interesse da Operação Lava Jato.

[SAIBAMAIS]

“Fico à sua (Moro) disposição hoje e em outros momentos porque todos os nomes e situações que eu optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição o dia que o senhor quiser. Se o senhor estiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o senhor determinar, eu, imediatamente, apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser, certamente, do interesse da Lava Jato.”


Palocci é o primeiro político da alta cúpula do PT a negociar acordo de delação com a Justiça. Essa possibilidade chegou, inclusive, a preocupar o mercado financeiro nesta semana pelo rumor de que o ex-ministro possa envolver nomes ligados a instituições bancárias.


Preso desde setembro, Palocci disse que a Lava Jato “realiza uma investigação de importância”. “Acredito que posso dar um caminho, que, talvez, vá dar um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil”, acenou. O ex-ministro da Fazenda (governo Lula) e da Casa Civil (primeiro governo Dilma) foi interrogado em ação penal sobre lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva relacionados à obtenção, pela empreiteira Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras.

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Segundo a denúncia, entre 2006 e 2015, Palocci estabeleceu com executivos da empreiteira “um amplo e permanente esquema de corrupção” destinado a assegurar o atendimento dos interesses do grupo empresarial no governo. O Ministério Público Federal (MPF) aponta que, no exercício dos cargos de deputado, chefe da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da estatal, ele interferiu para que o edital de licitação lançado pela petroleira e destinado à contratação de 21 sondas fosse formulado e publicado de forma a assegurar que a Odebrecht não obtivesse apenas os contratos, mas que também firmasse tais acordos com margem de lucro pretendida.


Italiano

Palocci afirmou que não iria “dizer que nada corresponde à realidade” ao responder sobre a suspeita de ser o “Italiano” registrado na planilha de conta corrente da Odebrecht. “Não vou dizer que nada corresponde à realidade”, respondeu Palocci. Segundo ele, Marcelo Odebrecht “nunca” o chamou de Italiano. “Vou dizer que eu jamais orientei ou organizei pagamentos ou operei caixa 2 junto ao Marcelo (Odebrecht). Jamais isso aconteceu.”

(Agência Estado)

 

Adriano Nogueira

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