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Citado, Padilha nega deixar cargo

2017-03-14 01:30:00

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ontem que as delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht envolvendo o nome dele não são motivo para saída do Governo. "Em time que está ganhando não se mexe", afirmou o chefe da Casa Civil. "Só citação de delator não é motivo para nada", disse.


Homem forte do Governo e fiador da reforma da Previdência, Padilha retornou ao trabalho no Palácio do Planalto, na manhã de ontem, após 21 dias de licença médica. O ministro se submeteu a uma cirurgia para retirada da próstata, em Porto Alegre, no último dia 27.


Logo ao chegar, ainda abatido, o chefe da Casa Civil se reuniu com Michel Temer. Recebeu respaldo do presidente para não responder às acusações em depoimentos no âmbito da Lava Jato. "Não vou falar sobre o que não existe", disse. "Está tudo baseado num delator. Qualquer fala agora vai ser prejudicial à investigação e a mim. Então, fico quietinho”.


Às vésperas da divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot — que pedirá abertura de inquérito contra políticos de vários partidos, muitos dos quais da base aliada —, o clima no Governo é de apreensão. Apesar do discurso de Padilha, sua permanência no Governo continua incerta.


A licença de Padilha coincidiu com o agravamento da crise. Pouco antes de seu afastamento, o advogado José Yunes, ex-assessor de Temer, disse que, em setembro de 2014, recebeu um "pacote" no seu escritório, a pedido de Padilha, das mãos do operador financeiro Lúcio Funaro. O lobista é ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Tanto Cunha como Funaro são presos da Lava Jato. (Agência Estado)

Adriano Nogueira

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