A Academia Brasileira de Letras (ABL) incluiu o léxico "dorama" no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp).
De acordo com a ABL, dorama, no português, refere-se a produções audiovisuais seriadas do leste e sudeste da Ásia.
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A adição acompanha o hábito do público de se referir às séries coreanas como "dorama". Mas tem um problema.
Dorama é uma palavra japonesa, e por isso a Associação Brasileira dos Coreanos (ABC) criticou o novo léxico português.
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De acordo com a ABC, a definição foi preconceituosa e orientalista. "Não é certo generalizar expressões culturais", criticaram.
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Mesmo antes da adição pela ABL, o termo dorama era apontado como inadequado para se referir a produções coreanas.
O correto seria k-drama, assim como se faz com o k-pop. No caso, as produções japonesas continuam como doramas, ou então j-dramas.
Mais do que um aspecto lexical, usar uma palavra japonesa para enquadrar produções coreanas toca na ferida colonial.
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O Japão colonizou a Coreia de 1910 a 1945. Foi somente em 15/8/1945 que ela conseguiu independência.
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Após as críticas, a ABL posicionou-se explicando que, na prática, o termo generalizou-se no linguajar brasileiro.
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Ou seja, jornais, livros, revistas e outras fontes usam o "dorama" para se referir a qualquer produção asiática.
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De acordo com o filósofo Ricardo Cavaliere, da ABL, para O Estado de S. Paulo: "O principal traço que leva…
… uma nova palavra a ser reconhecida como tal é seu uso coletivizado." E aí, o que você acha?
Catalina Leite
Fátima Sudário
Academia Brasileira de Letras