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Grupo Garajal abre temporada com espetáculo "O bom é o que acaba bem"

Comemorando 15 anos de carreira, o grupo retrata, no espetáculo, a figura feminina
08:56 | Out. 04, 2018
Autor O POVO
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Helena foi a transgressão de seu tempo. Idealizada no início do século 16, por William Shakespeare, a personagem ganhou destaque oficialmente em 1623, junto de outros ensaios do dramaturgo britânico, lançados na primeira coletânea do poeta. Subvertendo os costumes da época, Helena conseguiu ter nas mãos o poder de escolher qualquer homem de Russillon, na Espanha, para se tornar seu marido.

 

É nesta inversão de papéis que a figura corajosa e inventiva de Helena se vê dividida entre suas convicções e os sentimentos por um homem que não a ama. Essa dualidade trabalhada por Shakerspeare ganha adaptação com o Grupo Garajal e chega ao palco do Espaço Rogaciano Leite Filho.

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Levantando questões sobre a figura feminina ao longo da História, o espetáculo O bom é o que acaba bem abre temporada neste fim de semana. A montagem será encenada em todos os domingos de outubro, iniciando neste, dia 7, sempre às 19 horas. O acesso é gratuito para todas as apresentações.

 

Na peça, Helena é uma jovem que perdeu o pai muito cedo. O homem, um médico-curandeiro, deixou vários ensinamentos para serem trabalhados pela filha. Eis que a órfã tem nas mãos a chave para salvar a vida do Conde de Russillon. Depois da cura, Helena, em ônus com a Corte, escolhe casar-se com Bertram, filho da Condessa. "A Helena é uma mulher que luta pelo que quer.Escolhe o amor e isso não faz dela inferior, pois ela podia ter qualquer coisa", defende Germana Cavalcante, intérprete da personagem.

 

Segundo a atriz, que é também uma das responsáveis pela criação do Garajal, o espetáculo trata muitas questões que abordam a mulher nos dias de hoje, onde o desejo de mudar a realidade estão presentes em todo o discurso da montagem. Germana conta ainda que, em alguns momentos, os próprios atores se colocam em cena, levando angustias e questionamentos particulares. "Em um momento, sou eu, Germana, que quero falar e gritar. Outra hora, é Helena que toma conta do palco", adianta.

 

Completando 15 anos, o grupo criado em Maracanaú, nasceu da necessidade de fazer arte, explica um dos criadores, Mário Jorge Maninho, em entrevista ao O POVO. No início, o grupo utilizava as ruas para dar vazão à arte que surgia nos fundos da casa de Mário. "Na relação da rua como espaço cênico, a gente descobriu que o contato com a comunidade é mais forte. É uma forma de democratizar a arte", pontua.

 

O bom é o que acaba bem 

Quando: domingos de outubro, dias 7, 17, 21 e 28, às 19h

Onde: Espaço Rogaciano Leite Filho (rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema)

Acesso gratuito

 

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