Guia Vida&Arte CasaCor: quatro designers cearenses para conhecer

A critividade do cearense também está no design de mobiliário. O Guia Vida&Arte CasaCor conversou com alguns profissionais que se destacam no seguimento com cadeiras e poltronas

Puxe uma cadeira, passe um café e aproveite a leitura. As cadeiras e poltronas podem unir sustentabilidade, "cearensidade", ergonomia e conforto.

Conheça um pouco mais desses itens presentes em todo lar, mas que na CasaCor têm sempre um destaque, afinal, vão além de simples mobiliários.

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Guia Vida&Arte CasaCor: publicação traz tudo sobre a mostra em Fortaleza; CONFIRA

Camila Fiúza

Camila Fiúza é arquiteta e sempre acrescentava aos seus projetos peças autorais. Sua avó Ignez Fiuza é inspiração de vida, de trabalho e de criações. Foi a pandemia da Covid-19 que deu força e coragem à Camila de explorar o seu lado designer de mobiliário.

Segundo ela, são as peças soltas, assinadas, que lhe dão alegria. Baseada nos pilares funcionalidade e beleza, ela apresenta criações que resgatam memórias e que caem no regionalismo. As heranças da avó deram origem à cadeira Bilro, projeto regional, de identidade brasileira.

A renda de bilro é feita com linha de crochê pela artesã Maria Neurisvanda Silva Costa, na varanda de sua casa, perto dos filhos e sentindo a brisa da praia da Caponga. O processo todo, herança de família, leva aproximadamente uma semana para ser concluído.

A cadeira é de madeira de tauari, certificada, com uso de torno, corte a laser e verniz à base d'água.

Na CasaCor, Camila apresenta mais duas cadeiras, a IG, em homenagem à avó, produzida pela Arvo, indústria de Marco. “Com pegada artística, é uma releitura de uma cadeira que a minha avó desenhou para o restaurante que ela tinha na Praia de Iracema”, descreve. A outra é a cadeira Tear, em parceria com a Rônega.

Valter Costa Lima

Valter Costa Lima é arquiteto por formação, designer de mobiliário por paixão. Sócio da d.Propósito, de São Paulo, galeria baseada no apoio às causas sociais e ambientais.

"Eu gosto muito de fazer cadeira. O design mobiliário é um desafio. Existem muitas cadeiras no mundo e elas precisam ser extremamente confortáveis, a ergonomia tem que estar presente", conta.

Ele segue: "E juntar o design para fazer uma coisa bonita, para ter materiais interessantes e ser algo que não seja mais do mesmo, é algo que me instiga a buscar essas soluções".

Valter é o nome por trás de cadeiras como Aratu, Uçá e Aruanã. Apreciador do mobiliário brasileiro, diz se encontrar no design contemporâneo, nas suas possibilidades.

A infância e vivências em cidades de interior e praianas, sempre rodeado de artesãos, refletem, ora propositalmente, ora sem querer, em suas criações.

Érico Gondim

Érico Gondim é arquiteto e designer. Um dos pioneiros do design autoral no Estado, teve trabalhos expostos em mostras nacionais e internacionais.

A maleabilidade da escultura mole se fundiu ao mobiliário e virou a Sucuri, uma poltrona cheia de geometrismo e referências regionais, em que o item feito de palha serve também como encosto e braço. O nome vem da cobra, tão presente no imaginário nordestino e tendo o abraço como uma marcante característica.

“A Mole tem essa propriedade, de ser um material resistente, robusto e, ao mesmo tempo, tem conforto, resistência”, apresenta o designer. Por estar solta, a escultura pode ser enrolada à poltrona como o usuário desejar - e até se “libertar” e virar decoração.

Igor Sabá

Igor Sabá é do Cariri, com orgulho. Deixou o curso de arquitetura para mergulhar de cabeça no design de produtos. Deseja expor suas criações no mercado asiático.

“Quando eu comecei a colocar minha identidade, minha linguagem como um produto, todas as minhas referências vieram da vivência no Cariri, da flora, do artesanato, da materialidade locais”, conta Igor.

É dele a poltrona Úba, feita de chapas de ferro e inspirada na carnaúba.

O metal, inclusive, está entre os seus materiais favoritos pela plasticidade, resistência e durabilidade, ao lado da palha de carnaúba e de milho, "porque eu sou apaixonado por toda a identidade do trançado dessas folhas, além da experiência de troca com os artesãos e a durabilidade", completa.

Para ele, o design cearense é bem multifacetado, super identitário e nunca com uma roupagem caricata.

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