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Moda em discussão no Festival Vida & Arte

Sustentabilidade, criatividade, gênero e moda praia foram temas abordados no evento
22:48 | Jun. 22, 2018
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[FOTO1]O poder transformador da moda e do design foi tema discutido na tarde desta sexta-feira, 22, segundo dia de Festival Vida & Arte. Bate-papo sobre economia criativa reuniu a pesquisadora e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e atual diretora do Observatório de Governança Municipal do Iplanfor, Claudia Leitão, a estilista Silvania de Deus e a designer e publicitária Monike Oliveira. A conversa foi mediada pela diretora-executiva de redação do O POVO, Ana Naddaf. 

“Quando falo de uma peça de moda, não estou falando apenas de uma peça que será vendida por tantos reais. Estou falando, na verdade, de sustentabilidade, que é um dos grandes desafios da moda hoje”, apontou Claudia. Durante a conversa, a diretora abordou a candidatura de Fortaleza à Rede Mundial de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Para isso, Claudia explica, deve ser preparado um dossiê com as políticas públicas voltadas para a área. “Uma cidade criativa é aquela que permite que você tenha as condições para criar. Para ter capacidade criativa, tenho que ter repertório, educação, tenho que ver, experimentar e consumir cultura”, afirmou.

Para Silvania, criatividade está ligada à superação de desafios apresentados pela própria indústria da moda. “Driblar a dificuldade de não poder comprar a matéria-prima certa, o maquinário que não é de ponta, os grandes monopólios que chegam dominando e devastando tudo”, afirmou. A estilista apontou, ainda, a necessidade de valorização dos profissionais da cadeia produtiva.

Moda no FVA
A programação de moda teve início com discussões sobre sustentabilidade, com participação da estilista Gisela Franck, à frente de marca homônima, e Mariana Marques, da Catarina Mina. A moderação foi feita por Isis Chidid, professora e coordenadora do curso de Design de Moda do Centro Universitário Estácio do Ceará.

Na conversa, foram abordados temas como a dificuldade de se produzir de maneira sustentável e o aumento da consciência do consumidor. “Acho que estamos a anos-luz de poder dizer que a moda, no Brasil, é sustentável", acredita e emenda. "O que a gente está fazendo é um trabalho de buscar respostas, de ver quem são os atores dessas mudanças, de tentar estar perto dos atores dessas mudanças e de saber para onde a gente vai. (...) Existe uma crise estrutural que começa no agronegócio e termina na indústria”, contextualiza Mariana.

O beachwear também teve espaço na programação. Com moderação da jornalista Jully Lourenço, as estilistas Paula Pinto, da Bikiny Society, e Sara Brasil, da Rio de Jas, falaram sobre processo criativo, inspirações, formação e mercado. Em seguida, os fotógrafos Nicolas Gondim, Victor Gomes e Ícaro Reis falaram sobre moda e imagem. Para encerrar o dia, houve oficina de customização de roupas e discussão sobre moda e gênero, com o estilista Lindebergue Fernandes e o ator Denis Lacerda.

Próximas atrações
A moda continua presente nos próximos dias da programação. No sábado, 23, Isis Chidid ministra palestra sobre moda sem gênero, às 18h. Já no quarto e último dia de festival, às 17h, o artesão e Mestre da Cultura Espedito Seleiro, a estilista Ethel Whitehurst e a designer Jô de Paula abordam moda e artesanato. Às 20h30, Sara Girão ministrará oficina de customização de roupas (upcycling). Também às 20h30 será realizada entrevista aberta com o estilista Lino Villaventura.
Redação O Povo Online 

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