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Campelo Costa celebra 50 anos de sua primeira individual com exposição

Pernambucano radicado no Ceará, Campelo Costa celebra 50 anos de sua primeira individual com mostra, a partir de hoje, na Galeria Vestigium. A curadoria é de Roberto Galvão
09:42 | Ago. 09, 2018
Autor Teresa Monteiro
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Teresa Monteiro Repórter
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Tipo Notícia
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A memória de uma infância vivida com intensidade no agreste pernambucano, suas festas (sagradas e profanas), o interesse contínuo pela música e o registro de inúmeras viagens mundo afora. Através do traço, Campelo Costa traduz sua trajetória profícua que, agora em 2018, celebra nada menos do que cinco décadas. "Comecei com o desenho desde muito pequeno, riscava nas calçadas com carvão. Lá em casa todos desenhavam, mas nunca passava pela minha cabeça ser um artista. Meu desejo era ser piloto", recorda ele, que teve no curso de Arquitetura - já em Fortaleza, na Universidade Federal do Ceará (UFC) - um ponto em comum com as artes visuais.

"Na realidade, uma coisa acabou influenciando a outra. Meu pai foi transferido para cá e aqui comecei com desenho de arquitetura. Depois, ele me levou a conhecer outros arquitetos... Foi por influência do ambiente. Aí, em 1966, quando já estava desenhando, o (arquiteto) Neudson Braga me disse: 'por que você não expõe?' Foi quando participei do Salão de Abril e fui premiado durante três anos seguidos, conciliava as duas profissões. Em 1968, foi minha primeira individual", explica Campelo Costa.

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Tendo como ponto de partida a exposição em questão, Campelo Costa abre nesta quinta-feira, 9, às 19 horas, Traços de Um Percurso Artístico. A mostra, com curadoria assinada pelo artista plástico e amigo de longa data Roberto Galvão, dá ênfase à produção mais recente do artista, trazendo ao público 40 obras produzidas de 2016 para cá. Seguindo com visitação gratuita até 9 de setembro na Galeria Vestigium (Centro), a individual encontra-se dividida em alguns temas específicos e, na ocasião da abertura, também será lançado o catálogo.

"Trago aqui minhas obras mais recentes e algumas, digamos, releituras do universo que me criou. Marca na infância algumas figuras que, até hoje, não desapareceram. Então existe o sertão, as festas, registros da atmosfera onde fui criado. A rigidez da vida no Nordeste, a beleza e encanto das figuras, dos músicos... é essa recorrência. E, hoje em dia, me considero um artista maduro, com um aprimoramento. Mas o Ceará também é um estado pródigo em desenhistas, né? Temos o Aldemir Martins e tantos outros", enfatiza o artista, nascido na cidade de Belo Jardim.

Traços de Um Percurso Artístico apresenta desenhos feitos em técnica mista. "Para Campelo Costa, o desenho aflora trazendo em seu bojo os fundamentos das vivências vividas pelo artista e temperado, positiva ou negativamente, com os seus propósitos pessoais, ajudando a construir ou a impedir o surgimento de novas consciências, ajudando, ou não, numa melhor percepção de novos caminhos. Os caminhos da arquitetura nunca se afastam da prática do desenho, arquitetura é desenho", escreve o curador no catálogo. "Na verdade, trata-se de um ensaio sobre a minha trajetória, sobre a minha pessoa, a partir da generosidade dele (Roberto Galvão)", destaca o artista.

A individual, porém, mostra-se ao espectador para além das nuances do sertão com seus "beradeiros", festas, viagens e música. "Trago o erotismo também como um dos temas. Não possuo uma rotina de trabalhos, esses são de 2016 para cá, mas também porque sou levado a umas preguiças atávicas, sabe? (risos) Nós aqui (referindo-se ao Ceará) temos essa capacidade de adaptação, um clima favorável... E outra: tudo desenhado no caderno. Os que eu fiz releitura são todos da mesma fase, alguns feitos em 1968", conclui.

 

Campelo Costa: Traços de um Percurso Artístico

Quando: abertura hoje, 9, às 19 horas, até 6 de setembro

Onde: Galeria Vestigium (rua Nogueira Acioli, 891 / sede do Ibeu Aldeota - Centro)

Visitação: de segunda a sexta, das 15h às 19 horas, e aos sábados, das 9h às 14 horas

Entrada franca

Informações: (85) 98180 7268

 

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