Logo O POVO+

Jornalismo, cultura e histórias em um só multistreaming.

Participamos do

Segundo dia de desfiles de maracatus na Domingos Olímpio é marcado por mensagens políticas

Ala em memória a Marielle Franco, defesa da Amazônia e da pluralidade religiosa foram temas na noite de hoje, 23. Programação da avenida segue na segunda e terça

A avenida Domingos Olímpio seguiu na noite deste domingo, 23, recebendo cortejos dos grupos de maracatu que competem no Carnaval de Rua de Fortaleza como parte da programação do Ciclo Carnavalesco de 2020, promovido pela Prefeitura. Desfilaram hoje os maracatus Nação Baobab, Nação Fortaleza, Vozes Da África, Nação Pici, Rei De Paus, Rei Do Congo e Az De Ouro. A cantora Yane Caracas encerrou a noite com show.

A noite do grupo principal foi marcadamente política. Abrindo os desfiles, o Maracatu Nação Baobab apresentou a loa “Mojubá Ya Nassô, Ya Detá, Ya Kalá, Hoje Tem Festa no Terreiro, Tem Festa no Bao Bab”, que faz referência às fundadoras do Candomblé da Barroquinha, em Salvador. O Nação Fortaleza foi mais frontal, trazendo como tema "João Cândido, O Almirante Negro", referenciando o líder da Revolta da Chibata.

Clique na imagem para abrir a galeria

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

No Nação Fortaleza, o posicionamento já vinha na letra entoada: "E tudo que os velhos tiranos/ Tiraram de nós/ Vai tudo de volta pro nosso gonga" e "Ê, João, traz revolução" eram alguns dos versos cantados pelo maracatu, que desfilou ala em memória à vereadora carioca Marielle Franco. Em 2019, desfilando ainda aos sábados, o maracatu teve ala semelhante, que indagava: "Quem matou Marielle?". Campeão do dia e tendo alçado o grupo principal dos maracatus, atualizou a pergunta em 2020 para: "Quem mandou matar Marielle?". O público apoiou e aplaudiu em peso.

Aplausos também marcaram a passagem do Vozes da África. Sob o tema "Peço Agô, Mas Não Peço Licença. Sou Índio, Negro e Quilombola", o maracatu fez menção aos povos ancestrais do País e cada ala vinha com uma mensagem, seja a favor da Floresta Amazônica ou contra a intolerância religiosa.

A segunda noite de desfiles, ainda, seguiu o clima de tranquilidade da noite anterior, com presença visível de agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal. O que também se repetiu foi o calor - no entanto, diferentemente do sábado, não houve pancadas fortes de chuva durante os cortejos. Em entrevista ao O POVO ainda no sábado, o secretário da Cultura Gilvan Paiva reforçou que, em 2020, os recursos destinados aos maracatus foram pagos antecipadamente.

“É evidente que esse não é um recurso completo para os desfiles, mas é um grande apoio, é importante e a cada ano se consolida. A novidade deste ano é que a gente conseguiu antecipar (os recursos) de uma forma bem interessante. Outros anos a gente não tinha conseguido ainda, e não porque não quisesse, mas pela burocracia. Em 2020, a gente conseguiu apertar mais o passo em termos da organização para antecipar e isso é um marco. A gestão pública precisa continuar seguindo nessa direção”, celebrou.

Na noite do sábado, 22, desfilaram os maracatus Nação Axé De Oxóssi, Solar, Nação Palmares, Rei Zumbi, o estreante Obalomí e Nação Iracema. As participações dos maracatus na Domingos Olímpio se encerram neste domingo, mas a avenida ainda recebe programação do Ciclo Carnavalesco na segunda e na terça de Carnaval. Nos próximos dias, apresentam-se nela blocos, cordões, afoxés e escolas de samba. Acompanhe nossa cobertura no portal e nas redes sociais do O POVO.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar