Quem são os patronos da Música Popular Brasileira (MPB)? Conheça
Pixinguinha e Lupicínio Rodrigues são oficialmente patronos da Música Popular Brasileira (MPB) por lei. Conheça os artistas e suas carreiras musicais
08:00 | Set. 14, 2025
A Música Popular Brasileira (MPB) é um dos maiores símbolos da identidade nacional. Ao longo de décadas, artistas de diferentes estilos ajudaram a construir um repertório que mistura poesia, emoção e memória coletiva.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 15.204/2025 e dois nomes receberam oficialmente o título de patronos da MPB: Pixinguinha e Lupicínio Rodrigues. Ambos representam momentos distintos da história da canção brasileira e deixaram obras que seguem vivas até hoje.
MPB: conheça os patronos Pixinguinha e Lupicínio Rodrigues
Pixinguinha: o gênio do choro
Alfredo da Rocha Vianna Filho, mais conhecido como Pixinguinha (1897–1973), é reverenciado como um dos maiores músicos do Brasil. Flautista, saxofonista, compositor e arranjador, foi responsável por transformar o choro em gênero sofisticado, sem perder o balanço popular.
Carioca de nascimento, começou a tocar ainda criança e logo se destacou pela habilidade com a flauta. Na juventude, integrou o grupo Oito Batutas, que excursionou pela Europa nos anos 1920, levando o som brasileiro para fora do País. Sua obra reúne composições que atravessaram gerações, como “Carinhoso”, “Lamentos” e “Rosa”.
Pixinguinha também se tornou referência como arranjador, atuando em gravações que ajudaram a consolidar o samba urbano carioca. Foi pioneiro na profissionalização da música popular, ao introduzir elementos de orquestração e harmonia que influenciaram diretamente a bossa nova e a própria MPB.
Em 2000, o dia de seu nascimento, 23 de abril, foi oficializado como o Dia Nacional do Choro, em sua homenagem. Com a Lei nº 15.204, de 11 de setembro de 2025, Pixinguinha foi reconhecido como patrono da Música Popular Brasileira.
Lupicínio Rodrigues: o poeta da dor de cotovelo
Se Pixinguinha simboliza a sofisticação instrumental, Lupicínio Rodrigues (1914–1974) representa a força da palavra cantada. Gaúcho de Porto Alegre, ele se consagrou como o compositor da chamada “dor de cotovelo”, expressão que define suas letras carregadas de paixão, ciúme e sofrimento amoroso.
Suas músicas se tornaram clássicos interpretados por nomes como Francisco Alves, Elza Soares e Jamelão. Canções como “Vingança”, “Nervos de Aço” e “Cadeira Vazia” traduzem sentimentos universais em versos simples, mas de grande impacto emocional.
Além da temática romântica, Lupicínio deixou marcas no samba-canção, estilo que ajudou a consolidar a transição entre o samba tradicional e a MPB dos anos 1960. Sua autenticidade o fez conquistar admiradores em diferentes gerações.
O reconhecimento oficial veio junto com Pixinguinha, pela mesma Lei nº 15.204/2025, que o declarou patrono da Música Popular Brasileira.
MPB: dois pilares da canção nacional
A escolha de Pixinguinha e Lupicínio Rodrigues como patronos da MPB simboliza a pluralidade do gênero. De um lado, o refinamento instrumental e a valorização das raízes do choro; de outro, a força poética da canção popular, que fala diretamente ao coração.
Mais do que títulos, os dois representam a essência da música brasileira: emoção, criatividade e identidade. Seus legados seguem presentes nas rodas de choro, nos bares, nos palcos e nas vozes de intérpretes que mantêm vivas as melodias e sentimentos que eles imortalizaram.