Morre o artista visual Sérgio Pinheiro aos 72 anos

O cearense estava hospitalizado há dois meses em decorrência do câncer de próstata

Pintor, desenhista, escultor e gravador são alguns dos cargos que Francisco Sérgio Sales Pinheiro acumulou ao longo de sua carreira. Nascido em Jaguaribe, interior do Ceará, o artista faleceu nesta segunda, 17 de maio. Familiares e amigos lamentam a morte e relembram a trajetória do cearense. 

Há dois meses, Sérgio estava hospitalizado devido a complicações causadas por um câncer de próstata. Desde então, sua esposa Luciene Simões realiza homenagens ao artista através do Facebook, divulgando alguns dos trabalhos que ele fez. Nos últimos dias do artista visual, mesmo com dificuldade de se comunicar, ele se esforçava para manter contato com os familiares. "Ele me ouvia, sabia que era eu, me mandava beijinhos", relata Luciene.

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Sérgio Rêdes, amigo e admirador, escreveu o livro "O raio do futebol" junto com o artista. "Eu lamento muito a perda do Sérgio, porque pense numa pessoa para gostar. A gente saía, se encontrava, se divertia e ria", comenta o amigo. Em sua casa, Rêdes expõe as obras que comprou de Sérgio e enaltece o trabalho do artista. "Eu vi ele pegar uma carteira de cigarro e transformar num carrinho de fórmula 1", conta.

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Sérgio iniciou a carreira artística como pintor autodidata. "Eu tenho a ligeira impressão que todo artista nunca sabe direito como é que começou", disse em entrevista ao O POVO no ano de 2018. O artista iniciou os estudos em comunicação visual em 1970, com Frederico Morais e Aluísio Carvão, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

A primeira exposição individual de Sérgio aconteceu também no ano de 1970, na Galeria Magrella, em Fortaleza. De 1979 a 1983, viveu em Paris, após receber uma bolsa do governo francês para estudar licenciatura em artes plásticas na Universidade de Paris VIII. Durante o período que morou na França, venceu o concurso para a realização do cartão de Natal para o Crous de Paris. Na década de 1990, morou em Londres, onde fez várias exposições.

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Em 2018, celebrou os 50 anos de carreira com a exposição "Pinturação" no Museu da Cultura Cearense do Dragão do Mar.  "A minha perseguição é querer a pintura. Eu gosto, eu olho, eu visito museus do mundo todo, estudo", afirmou em entrevista ao O POVO na ocasião.

'Coqueiral', de Sérgio Pinheiro
'Coqueiral', de Sérgio Pinheiro (Foto: Acervo Pessoal)

O último trabalho de Sérgio foi a coleção "Coqueiros", inspirada na paisagem de Icaraizinho de Amontada. Luciene conta que Sérgio era um pintor compulsivo. "Ele dizia que pintar era resolver problema. Sempre que resolvia um problema ele dizia que tinha que resolver pintando. A vida toda dela foi a pintura", comenta.

Sérgio Rêdes, amigo e admirador, escreveu o livro "O raio do futebol" junto com o artista. "Eu lamento muito a perda do Sérgio, porque pense numa pessoa para (eu) gostar. A gente saía, se encontrava, se divertia e ria", comenta o amigo. Em sua casa, Rêdes expõe as obras que comprou de Sérgio e enaltece o trabalho do artista. "Eu vi ele pegar uma carteira de cigarro e transformar num carrinho de fórmula 1", conta.

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